O que a química e a física dizem? |
O Universo tem bilhões de
anos ou seria “jovem” como a vida na Terra?
[Recentemente,
dois grandes amigos meus, por quem nutro grande respeito e consideração,
discutiram o polêmico tema da idade do Universo. Da perspectiva de suas
respectivas áreas de formação e atuação – astrofísica e química –, e de suas
visões religiosas, ambos apresentaram argumentos e evidências para sustentar,
de um lado, um Universo mais antigo do que a Terra (ou do que a vida na Terra)
e, de outro, um Universo datado em milhares de anos, como a Terra. Dada a
relevância do assunto e levando em conta o nível da conversa, posto aqui, com
autorização, parte do diálogo para sua apreciação, preservando a identidade dos
“debatedores”. O texto é longo, mas vale a pena lê-lo, a fim de tomar
consciência de dois tipos de posicionamento quanto à idade do Universo
defendidos por criacionistas “de peso”. – MB]
[Com a palavra, o
astrofísico:] Eu gostaria de salientar que minha base é
a Bíblia e que é por causa da Bíblia que creio que o Universo é mais velho do
que a Terra. Evidências físicas apenas acrescentam detalhes (muitos e
riquíssimos detalhes) de como as coisas funcionam. A Bíblia afirma
categoricamente algumas coisas e fornece apenas pistas sobre outras. Precisamos
estudar tudo com muita atenção.
Ao
contrário do que diz o livro Star Light
and Time, não é possível provar pela Bíblia que o Universo é jovem. No
máximo, você consegue levantar essa possibilidade pelo texto bíblico. No artigo
em anexo, o autor trata desse assunto. Também já escrevi vários com diferentes
níveis de detalhe. Só gostaria de destacar que encontramos o significado das
palavras principais de Gênesis 1 no próprio capítulo. Por exemplo, Deus disse “haja
luz”, e houve. E à luz Ele chamou dia; às trevas chamou noite. Temos aqui
criação de fótons pela primeira vez no Universo? Claro que não! O texto está
falando do ciclo noite-dia. Quanto à palavra “céus”, que muitos imaginam
tratar-se do Universo como um todo, os versos 6-8 explicam que se trata simplesmente
do firmamento. Gênesis 1 fala da Terra e imediações. Tirar conclusões sobre a
criação do Universo inteiro a partir daí é ir além da Bíblia com filosofias
humanas.
A
Bíblia afirma que a vida na Terra é bem recente (da ordem de 6000 anos, creio).
Por isso, eu não me surpreenderia se confirmássemos que o sistema solar também
tem uma idade dessa ordem. E, sim, há evidências físicas que sugerem isso. Mas
isso não é evidência de Universo jovem; é outro assunto.
As
supostas evidências apresentadas de que o Universo seja jovem é que têm sido
problemáticas até por deixar de considerar coisas muito simples. São
problemáticas porque discordam da minha opinião? Claro que não! Eu seria um
completo idiota ou estaria me preparando para ser um se avaliasse evidências
dessa maneira! Estaria destruindo a mente que Deus me deu e não mais sendo como
os bereanos. Vejamos só alguns
detalhes:
“Speedy stars are consistent
with a young age for the universe. For example, many stars in the dwarf
galaxies in the Local Group are moving away from each other at speeds of 10-12
km/s. At these speeds, the stars should have dispersed in 100 million years,
which, compared with the supposed 14 billion-year age of the Universe, is a
short time.”
Qual
é o problema desse argumento? Ignora coisas conhecidas há séculos como as leis
de Keppler, que, por sinal, podem ser deduzidas a partir da fórmula da
gravidade de Newton, que por sua vez é uma boa aproximação da fórmula que
podemos deduzir a partir da equação da Relatividade Geral, mais exata. O ponto
é que nos sistemas ligados gravitacionalmente, os componentes possuem
movimentos relativos, às vezes com velocidade relativamente alta (como é o caso
do sistema solar em torno da Via Láctea, com uma velocidade 20 vezes maior do
que as “problemáticas” do argumento acima), e isso é necessário justamente para
manter a estabilidade do sistema. Pelas leis de Kepler, quanto mais próximo
está um objeto do centro de massa de uma galáxia, mais rápido ele se move. As
velocidades relativas não podem ser muito baixas. Há mais, mas vou parar por
aqui.
“Spiral structure in galaxies
should be lost in much less than 200 million years. This is inconsistent with
their claimed age of many billions of years. The discovery of ‘young’ spiral
galaxies highlights the problem of the assumed evolutionary ages.”
Isso
falso. Não é esse o resultado que obtemos ao fazer os cálculos. Vou ver se
consigo explicar minimizando pré-requisitos. Existem leis bem conhecidas e
testadas. Um exemplo disso é o funcionamento da gravitação. O conhecimento
nessa área é tão exato que conseguimos prever com muitas casas decimais a
posição de corpos celestes com muita antecedência. Todos os movimentos batem
exatamente com o esperado. A única coisa que poderia ser considerada “anomalia”
por alguns (mas não o é de fato) é o fato de que é extremamente comum
encontrarmos galáxias que possuem mais massa do que a que podemos ver, daí a
ideia de matéria escura. Aliás, medindo o movimento das galáxias podemos medir
efeitos gravitacionais provenientes de fontes que não podemos ver. Mas sem
problemas, conseguimos “enxergar” essas fontes usando a gravidade ao invés de
fótons para vê-las. Mas esse não é o ponto.
O
ponto é que conseguimos usar esses detalhes matemáticos (equação da
Relatividade Geral) confirmados pelas observações dos últimos 100 anos para
calcular o que acontece. Quando lidamos com sistemas de muitos corpos, como
galáxias, os cálculos que nos permitem ver como evolui um sistema (exemplo:
como astros se movem em torno uns dos outros, esse tipo de coisa é o que os
físicos chamam de evolução) são muitos e usamos computadores para fazê-los.
Isso se chama simulação.
Para
ver de que formas um sistema de muitos corpos pode evoluir no tempo, podemos
começar com alguma situação inicial qualquer (pode ser a atual ou algo
diferente) e usar o programa de computador que fizemos para automatizar os
cálculos, mostrando a posição de cada objeto ao longo do tempo. Assim, pode-se
ver como evolui uma galáxia ou um sistema de galáxias ao longo do tempo. Dá
trabalho, mas pode ser feito. Podemos partir da situação atual para ver o que
acontece no futuro (como Andrômeda e a Via Láctea se fundindo) ou partir de
diversas condições iniciais para ver se alguma delas poderia gerar objetos como
galáxias espirais e como essas galáxias se transformariam com o tempo.
Isso
tem sido feito. As primeiras tentativas não conseguiram reproduzir alguns
aspectos de alguns tipos de galáxias por não levarem em conta detalhes finos o
suficiente. Quanto mais detalhes finos levamos em conta, de mais poder
computacional precisamos. Com os avanços na área da Informática, já podemos
fazer simulações bem mais detalhadas e agora já conseguimos ver galáxias
espirais se formando por efeitos gravitacionais.
Lembre-se
de que a gravidade e os demais fenômenos chamados naturais são apenas o efeito
de Deus mantendo Suas leis. Nada disso tira Deus de Sua posição como Criador.
Algumas coisas, como a vida, exigem intervenção especial. Outras decorrem de
leis simples, como a formação de um rio, por exemplo. Deus não precisa intervir
de forma especial cada vez que um rio, rocha, lago ou deserto se forma. Mas Ele
está sempre intervindo como Mantenedor.
Voltando
às simulações, vejamos um exemplo recente: por meio de uma colaboração entre universidades,
partiu-se de supostas condições iniciais há 13 bilhões de anos, deixando o
sistema funcionar na simulação apenas seguindo leis conhecidas. Foi feito um
vídeo para mostrar visualmente o resultado: a formação de uma galáxia espiral
bem parecida com a Via Láctea e como ela muda ao longo de 13 bilhões de
anos. https://www.youtube.com/watch?v=VQBzdcFkB7w
Bem,
vou parar por aqui. Eu teria milhares de detalhes para mostrar sobre essas e
outras supostas evidências de Universo jovem (sistema solar é outro
departamento, por favor não confundir), mas vou parando por aqui.
[Com a palavra, o
químico:] Por mais de 30 anos tenho escutado os argumentos dos
dois lados. Gente como Hugh Ross e companhia, e gente que, como você, tem
defendido a gap Theory. Tenho
avaliado; é tudo gente que se sente bem em poder manter sua ciência e fazer sua
Bíblia se adaptar a ela. Hugh Ross, como você, também declara que o Universo é
antigo e que Gênesis até descreve o big
bang; o William Craig faz o mesmo; o papa também; o que eu acho um
tremendo despropósito. É forçar a barra demais, e é dar autoridade a teorias de
homens e subjugar a Bíblia a elas.
A
Bíblia é clara e não deixa dúvida alguma de que “No princípio, criou Deus os céus
e a Terra”, ou seja o tempo, o espaço e a matéria. E a prova disso se vê em Êxodo
20:11, que declara que Deus fez tudo em seis dias, os céus, a terra, o mar e
tudo o que neles há. “Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar
e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o
dia do sábado, e o santificou.”
Sei
lá, cada um interprete esse versículo como desejar, mas eu creio que Deus cuida
de Sua palavra, e cuida ao ponto de fazer Sua palavra claramente entendida no
que ela diz, e não no que “quis dizer”. Por isso desconfio de qualquer
interpretação que venha com qualquer “mimimi” além do texto, que aqui é claro –
seis dias, e ponto final. Se o Universo não foi criado nos seis dias, e nos
seis dias literais, então vamos jogar nossa Bíblia fora.
Quanto
ao big bang, eu particularmente acho
uma teoria, me desculpe, simplesmente ridícula, do ponto de vista químico.
Desculpe não entrar em detalhes na química aqui, acho que você não entenderia
bem e eu teria que começar desde Boyle e Bohr (desculpe a ironia, rs), mas o big bang é de doer de fraco em química,
e você crê nele.
Resultado
puro de leis em ação? Sei lá, tenho lido livros e mais livros de gente de
peso que destrói o big bang e seus
postulados, e o big bang tem críticos
até não criacionistas, e é repleto de contradições e coisas inexplicáveis, e eu
agora vou ter que adaptar a minha Bíblia a essa teoria?
A
antimatéria desaparece por uma assimetria magica; um tal de colapso
gravitacional cria estrelas, quando sabemos pelas leis da cinética química que
uma nuvem gasosa em expansão jamais poderia ser colapsada por gravidade – que é
coisa que nunca deveria ser usada para gases, e sim forças químicas,
eletromagnéticas, nada de gravidade aqui –, pequenos átomos e moléculas, e aí
supernovas explodem e criam um tal de puff
cósmico que se agrega por acreção – um modelo que faz chacota, que mais se
assemelha a magia, e caçoa das leis da química, pois aqui não é mais gravidade,
são forças intermoleculares, lembre-se disso. E aí uma tal de cola cósmica de
pedrinhas que faz planetas rochosos fundirem e se formarem, e você vem me dizer
que isso é simplesmente o resultado de “leis”... E aí os buracos negros das
supernovas desaparecem; e aí planetas rochosos incandescentes esfriam e por
milagre São Júpiter manda blocos de gelo para formar água em nosso planeta, um
mar de água em cima e outro mar de agua a 400-700 km de profundidade por baixo.
Dá para crer nisso? Foram a gravidade e as forças eletromagnéticas que fizeram
isso? E aí planetas de gelo e gás se formam em regiões gélidas do sistema solar
onde a “cold accretion” teria
chance nenhuma de formá-los; e aí eu vou ter que crer que foram formados perto
do Sol e encaminhados por sei lá quem para lá?
Eu
sei, você é astrofísico e o big bang
é um mantra sagrado em astrofísica, e aí você se sente bem em conseguir adaptar
sua fé à sua ciência. Eu até entendo isso, mas tentar me convencer a fazer o
mesmo, pois sua gravidade assim te convenceu, é impossível. Pois a química
refuta o big bang... E vários
astrofísicos também concordam com isso.
Há
modelos e há astrofísicos e cosmólogos que concordam comigo quanto a um
Universo jovem. E para a falácia do big bang?
Claro que há... Citei o Star Light and Time
do meu amigo Russel Humphrey para exemplificar um modelo de alguém que é da
área. Sabe, tenho acompanhado o debate e sei que o Hugh Ross, outro bigbangista, tem tentado também
desqualificar seus argumentos. O Russel me disse que detonou todos os
argumentos dele... Bom, você cita que os argumentos deles são inconsistentes e
que ele descreve o big bang. Sei lá,
devo ter lido outro livro, mas não via ali semelhança alguma com o big bang.
Outro
livro que li e achei interessante – sei que não sei astrofísica o suficiente
para referendar as teses, mas acredito que o autor deva ser levado a sério no
que propõe – é o Starlight, Time and the
New Physics, do John Hartnett. Sou fã de carteirinha do Hartnett – o livro
Dismantling the Big Bang é uma boa
leitura. E aí você terá que me desculpar... Em termos de astrofísica, se eu vou
concordar com alguém, acredito que terei que escolher o Hartnett. O livro dele
também refuta o big bang e apresenta
um modelo que – como a ciência deve fazer – aprimora as ideias de Russel.
Concluindo:
desista de tentar convencer todo mundo a adaptar a Bíblia a uma teoria de
homens. Muitos cristãos gostam do big
bang, mas gosto é um péssimo critério de escolha. Eu adoraria poder
defender o big bang se essa teoria
descrevesse boa ciência com boa teologia. Mas encontro no big bang péssima ciência com péssima teologia.
Sou
um criacionista da Terra jovem e do Universo jovem. E um que entende que no princípio
criou Deus os céus e a terra, e que céu aqui é Universo mesmo, e que Terra aqui
é matéria, e que princípio aqui é tempo. Tenho uma legião de cientistas e
teólogos do meu lado. E que Deus foi claro o suficiente em Êxodo 20:11; claro
demais – e tudo o que nele(s) há [note o plural aqui], e veja o uso da
palavra “dia”, para a criação e para o sábado.
E
sou um criacionista de Terra jovem porque não creio em simulações
computacionais feitas por homens subjetivos – conheço simulações computacionais
que mostram a evolução darwiniana in
action também – e sei que ajustaram os algoritmos. Não creio no Saci Pererê
da matéria escura e outros milagres sem santo do big bang. Sou cético demais para crer nesses milagres, pois minha
química os refutam...
Sou
criacionista de Terra jovem pois creio ser essa a melhor ciência combinada com
a melhor teologia. E cada dia que estudo mais, mais assim me torno.
Tentarei
mudar a sua posição? Claro que não. Cada um dará conta de si mesmo. Quanto a
mim, se Deus me cobrar, eu lerei Êxodo 20:11 para Ele e direi: “Senhor, Deus
que cuida de Sua palavra, o que está escrito aqui? O que eu poderia entender deste
versículo aqui, Senhor?” Sigo então em paz com Deus, com a Bíblia e com a ciência,
com minha química e do lado de meus colegas astrofísicos.”
[Conclusão do
astrofísico:] Pelo que você falou, fiquei com a
impressão de que você não leu ou simplesmente decidiu ignorar os detalhes que
levantei sobre Gênesis 1 e outros pontos. Talvez valha a pena dar mais uma
olhada nos detalhes. Falei um pouco de conclusões, mas também falei de alguns
detalhes que deveriam ter feito diferença, mas você continuou mencionando as
mesmas coisas aparentemente sem levar em conta as evidências bíblicas que
mencionei. Se nossa convicção atual já basta, para que continuar estudando a
Bíblia? Sim, a Bíblia serve para fins que vão além de alterar nossa percepção
das coisas, mas, se falhamos nesse ponto, o resto pode também ficar
comprometido.
Eu
creio que você deveria tentar me convencer, mas em uma conversa em que
levantamos ponto por ponto, um de cada vez. Podemos começar pela química. E
pode, sim, e deve entrar em detalhes técnicos. O que mencionei antes sobre
pré-requisitos é porque mesmo entre os físicos são poucos os que sabem lidar
com cálculo tensorial no nível exigido pela Relatividade Geral. Alguns
resultados são trabalhosos de se obter. Não foi minha intenção menosprezar
pessoas de outras áreas e não é assim que penso. O problema é que o modelo do big bang é uma família de soluções da
equação diferencial tensorial da Relatividade Geral (RG), mas muitos têm tomado
explicações qualitativas limitadas e extrapolações do modelo (algumas bastante
equivocadas) para montar argumentos do espantalho, mesmo que as intenções sejam
boas. Vou mencionar alguns detalhes daqui a pouco, sem mostrar os cálculos por
enquanto.
Apesar
do que parece para você, tenho examinado argumentos de ambos os lados até mesmo
corrigindo argumentos equivocados contrários ao que considero verdade, quando o
erro não é essencial às conclusões. Só para citar um exemplo, tive de fazer
isso várias vezes no caso da hipótese do decaimento da velocidade da luz. Às
vezes, o pessoal tirava conclusões usando equívocos na sua linha de raciocínio
(exemplo: usar um raciocínio clássico em um ambiente com fenômenos
explicitamente quânticos, como um átomo – como um elétron do subnível 1s
movendo-se em círculos ao redor do núcleo, coisa que não acontece) –, mas ao
fazer os cálculos da maneira correta obtive os mesmos resultados naquele caso
em particular (aceitei o argumento, portanto, apesar do erro). Em outros pontos,
os erros eram essenciais (a conclusão desaparecia quando se corrigia o erro).
Detesto discordar das pessoas e detesto controvérsias, elas me deixam nervoso e
tiram o sono, prejudicando a saúde. Tenho prazer quando posso aceitar os
argumentos de quem debate comigo, mesmo que para isso, às vezes, precise
ajustar um argumento dessa pessoa, se houver espaço legítimo para isso. Só
entro em debates se acho que a causa é importante e que as pessoas como quem
converso não destruíram a capacidade que Deus lhes deu de ser como os bereanos,
substituindo-a por fideísmo.
Quanto
ao livro do Dr. Humphreys, ele apresenta várias explicações corretas. O
problema é que em alguns pontos há equívocos, pelo menos um dos quais é
essencial para o modelo, pelo menos da forma apresentada. Estou escrevendo nos
momentos livres, que são poucos, sobre pontos específicos do que considero não conformidades
com a Bíblia e com a Relatividade Geral, ao mesmo tempo em que reflito sobre e
reconsidero o que penso ser verdade. O problema é que, para mim, alguns
equívocos técnicos são muito claros e vou ter que entrar nos detalhes técnicos
para mostrar isso. Conversando com você, percebi que não posso apenas apontar o
problema, mas preciso provar o argumento e, mesmo assim, muitos não aceitarão.
Depois de termos isso pronto, podemos discutir isso entre nós e possivelmente
com ele. Considero que o modelo dele tem algo muito atraente: propõe-se a
harmonizar as evidências de que o Universo seja antigo com as da Terra jovem e
mantendo a hipótese (bíblica para vocês, especulativa para mim) de que o
Universo e a Terra foram criados ao mesmo tempo. Faltam só dois detalhes: o
modelo precisa funcionar (no sentido de produzir resultados não baseados em
erros de cálculo) e essa interpretação de Gênesis precisaria ser mais
convincente. Quem sabe se há uma maneira de resolver o problema matemático e
consertar o modelo?
Cito
dois exemplos de problemas conceituais cuja solução está nos próprios métodos
aceitos e usados pelo Dr. Humpreys. Um desses é essencial, o outro não. Comecemos
pelo não-essencial:
1.
Na Relatividade Geral dependemos de uma quarta dimensão de espaço. Imagine, por
exemplo, o Universo como sendo a superfície (3D) de uma esfera de quatro
dimensões (4D). Essa hiperesfera existiria em um espaço com uma dimensão a mais
além da de tempo. Sim, essa é uma possibilidade, e não, nem a Relatividade nem
o modelo do big bang dependem disso.
Mas é um equívoco comum. Em Cálculo Tensorial lidamos com propriedades
intrínsecas do espaço, independentemente de existirem mais dimensões (embedding) ou não. Não faz qualquer
diferença para o formalismo matemático se o espaço estudado está ou não
mergulhado em outro de dimensão maior. Isso já vem das próprias definições de manifolds e da Geometria Diferencial. E
é isso o que a Relatividade Geral usa. Por outro lado, quando divulgadores
escrevem artigos e livros para explicar essas coisas (eu inclusive), fazem
ilustrações com dimensões extras para facilitar o entendimento. Para a RG e
para os modelos dela provenientes isso é irrelevante. Não afeta cálculo ou resultado
algum.
2.
Este é essencial. O modelo do Dr. Humphreys deixa de levar em conta um detalhe
que altera todo o cenário. Pretendo rever os detalhes disso e ver se temos como
corrigir. De onde temos informações sobre buracos negros e buracos brancos?
Como praticamente todas as grandes descobertas na Física, sabemos dessas coisas
porque elas aparecem como soluções de equações que representam leis físicas.
Esses resultados foram obtidos pela primeira vez em 1915, a partir da equação
da RG e confirmados observacionalmente pela primeira vez nos anos 1990 pela
equipe com a qual eu trabalhava.
Tanto
buracos negros quanto buracos brancos possuem uma característica importante: no
interior deles, a direção radial é uma dimensão de tempo. E a dimensão que para
nós é tempo, lá é espaço. Isso não é fruto de alguma hipótese imaginativa ou
especulação, mas simplesmente resultado da equação da RG, uma das equações mais
exatas de todos os tempos.
Como
seria o mundo quando estivéssemos em um buraco branco? Estaríamos num universo
como o descrito pelo modelo do big bang:
o centro (a singularidade) seria a origem, a criação do nosso tempo. Nosso
universo pareceria sem centro e sem bordas. Ou seja, estaríamos no cenário do
modelo mais popular do big bang. De
fato, o modelo mais popular do big bang
é simplesmente o de um buraco branco. Passar pela “fronteira” desse buraco
seria como entrar em um buraco negro daquele universo vindo parar aqui.
Explico
melhor: um buraco branco é um buraco negro com a “seta” do tempo invertida,
isto é, no buraco branco, o tempo flui do seu centro (seu big bang local) para as bordas (futuro de quem está lá dentro, não
algo visível para eles em alguma direção do espaço para a qual eles possam
apontar). Dentro dele estaríamos em um universo sem bordas e mais ou menos
homogêneo e que está em expansão. No buraco negro, o tempo flui das bordas para
o centro. Dentro dele, nos veríamos em um universo sem bordas e mais ou menos
homogêneo que está encolhendo e vai terminar em um big crunch.
Ao
nos aproximarmos de um buraco negro, chegando a uma certa distância crítica, o
buraco negro não parece mais esférico, mas totalmente plano: é a fronteira
visual entre dois universos. Ao passarmos desse ponto, nosso universo, atrás de
nós, passa a ser um objeto esférico com raio finito (um buraco branco) do qual
estamos saindo para um ambiente que parece maior. Não atravessamos o horizonte
de eventos nesse ponto ainda. O buraco branco (nosso universo) encolhe e
desaparece, ficando no que agora é nosso passado (agora sim, atravessamos o
horizonte de eventos). Nesse ponto estamos em um outro universo que está em
contração, como mencionei antes. Esses detalhes podem ser obtidos da equação da
RG, e se não lermos essas coisas nas fórmulas resultantes, acabaremos
entendendo errado o que elas dizem.
Sobre
a Bíblia ser clara em Gênesis, concordo. Veja bem: no princípio criou Deus os
céus e a terra. O próprio capítulo 1 explica o significado das palavras-chave,
de forma que mesmo quando as pessoas leem traduções e não conhecem o original
podem tirar as conclusões corretas. E me refiro a pessoas de todas as épocas.
1.
A palavra “terra” é definida no capítulo 1 como “porção seca”.
2.
A palavra “céus” é definida como “firmamento” que separa as águas de cima das
águas de baixo. Podemos entender as águas de cima como as nuvens (de onde vem a
água quando chove, pois a água estava em cima) ou tentar uma interpretação
mirabolante de que existe água em uma suposta borda do Universo só para poder
forçar a conclusão de que o firmamento é o espaço em si. Mas isso violaria algo
básico em exegese: interpretações mirabolantes possuem maiores chances de
conter equívocos.
3.
Quanto à palavra “luz”, o próprio capítulo explica que luz se refere à parte clara
do dia. Essa leitura simples, direta, sem malabarismos, resolve uma enormidade
de problemas sérios (não vou listá-los ainda) dos quais a correspondente
interpretação mirabolante (criação de fótons pela primeira vez no Universo)
padece.
E
assim por diante. Não é uma “gap theory”,
é uma leitura simples, literal e direta de Gênesis 1, sem extrapolações
mirabolantes. Nem o verso 1 parece estar falando de Universo. Somente a terra,
o céu (firmamento), as águas (mares) e tudo o que neles há. Como os termos estão
explicados em Gênesis 1 e Êxodo 20 faz uma óbvia referência à primeira
passagem, os termos na última têm o mesmo significado. Já Jó 38 sugere
fortemente a existência do Universo com habitantes antes mesmo de Deus iniciar
a formação da Terra.
Sobre
o big bang, mencionei que as pessoas
combatem o modelo sem saber do que se trata. Por exemplo, ele não fala de química,
nem de física nuclear (incluindo a questão da antimatéria) e muito menos da
formação e evolução de estrelas e galáxias. Concordo com muito do que você
falou, mas isso não afeta o big bang.
Por exemplo, como é possível gás se transformar espontaneamente em poeira?
Verdade, há problemas desse tipo, mas isso não toca no big bang. Será que Deus formou cada estrela de maneira especial?
Talvez. Se a Bíblia afirmasse isso claramente, eu defenderia essa ideia, mas
não vejo nem a afirmação nem uma implicação de passagens bíblicas nesse
sentido, exceto com passos mirabolantes, o que fere os princípios de leitura
bíblica.
Sobre
a química, todas as suas leis são consequências da eletrodinâmica quântica, que
está no meu campo. Então podemos discutir os detalhes técnicos dessas
evidências. Mas vamos discutir um pouquinho sobre dois dos argumentos mais
comuns contra o big bang. Na verdade,
o mais apropriado seria colocá-los na forma de questões, as quais nem são tão
difíceis assim de responder quando se sabe de onde vêm algumas leis físicas e
como elas funcionam. Trata-se da origem da matéria e do destino da antimatéria.
Podemos falar de outros depois.
1.
De onde veio a matéria do Universo? Vou mais longe: de onde veio o Universo em
si (espaço-tempo)? Creio que Deus criou, pois a Bíblia afirma isso (mas não em
Gênesis ou Êxodo). A questão que tentamos responder seguindo pistas do mundo
físico é: Como? Não sabemos os detalhes sobre como Deus iniciou o processo,
pelo menos não ainda.
Temos
boas pistas, porém, sobre o que acontece após o tempo de Planck. É disto que
trata o big bang: Quais as
implicações da equação da Relatividade Geral em relação ao espaço-tempo como um
todo? E a Relatividade Geral tem limites conhecidos: não fala sobre a origem do
Universo propriamente dita, mas nos dá vários detalhes sobre como o
espaço-tempo se comporta desde uma fração de segundo após a criação.
E
de onde veio a matéria? Na verdade, essa questão está fora da alçada do modelo
do big bang, mas está nos domínios de
outras áreas, especialmente a Teoria Quântica de Campos. Para entendermos a
resposta, entremos primeiro no mérito da pergunta. Por que essa questão está
sendo levantada? Por causa da lei da conservação de energia: energia não pode
ser criada nem destruída. De onde vem essa lei? Da definição de energia e da
relação entre simetrias e leis de conservação (teorema de Nöther). Cada
grandeza (coisa mensurável) corresponde a uma entidade matemática chamada de
operador, que é uma espécie de função que atua sobre estados dos sistemas
(sejam físicos ou não). O operador energia é que chamamos de “gerador das
translações temporais”. A lei da conservação de energia é consequência de que
as leis físicas não se alteram com o tempo. O teorema de Nöther garante a
conservação de energia nesse caso.
Quando
o Universo foi criado, o tempo estava sendo criado. Isso significa que só há
simetria temporal depois disso, não durante ou antes (se fizesse sentido falar
em antes do tempo, já que “antes” é uma referência a um tempo antecedente).
Resumindo: a lei da conservação da energia não estava em vigor no momento da
criação do Universo (mas da Terra, sim). Será que isso dispensa Deus de Seu
papel como Criador? De forma nenhuma! Apenas nos diz que Ele não violou Suas
próprias leis ao criar a energia do Universo. E as leis de Deus possuem essa
característica: são coerentes e fortemente interligadas matematicamente,
partindo de princípios muito simples.
Na
verdade, levando-se em conta algo que se parece com a recíproca do teorema de
Nöther, é de se esperar que surja energia na criação do tempo. De novo, isso
não desmerece o papel do Criador, apenas lança alguma luz sobre como Ele
trabalha: de maneira lógica, coerente, sem contradições, com detalhes que podem
ser estudados por Suas criaturas.
2.
Onde foi parar a antimatéria? Estudando a estrutura dos operadores que atuam no
mundo físico, encontramos o que chamamos de operadores de criação e de
destruição. É preciso levá-los em conta para entender o que ocorre no mundo das
partículas. Elas são criadas e destruídas com muita frequência, dependendo das
condições. A presença de grandes quantidades de energia consegue excitar o
vácuo e criar partículas (que podem ser consideradas excitações do vácuo).
Fazemos isso todos os dias em laboratórios e isso ocorre naturalmente também.
Mas, além da lei da conservação de energia, existem outras leis de conservação
também ligadas a simetrias: conservação de carga elétrica, conservação de spin,
de número leptônico, etc.
Por
causa da conservação da carga elétrica e do número leptônico, quando criamos um
elétron em laboratório sem envolver outro lépton ou outra partícula com carga,
acabamos criando também um antielétron. O mesmo se dá com bárions e outras
partículas. Por que não encontramos essas antipartículas espalhadas pelo Universo
na mesma quantidade que encontramos as correspondentes partículas de matéria?
De
novo, essas leis de conservação são consequências de simetrias que só passaram
a existir após a criação e estabilização do espaço-tempo. Não há qualquer
necessidade de formar-se uma antipartícula para cada partícula no momento
inicial. Formar-se-ia uma grande quantidade de uma e uma grande quantidade de
outra, mas essas quantidades não precisariam ser iguais. Em seguida, haveria
aniquilação de quase tudo o que fosse aniquilável (partículas e antipartículas
tendem a se aniquilar mutuamente) e sobraria o que fosse mais abundante. Se
sobrassem mais prótons negativos e elétrons positivos (antimatéria),
chamaríamos a isso de matéria e o resto seria antimatéria. É só uma convenção de
nomes.
Nada
disso representa qualquer problema para o big
bang porque esse modelo matemático não fala dessas coisas: é apenas uma
família de soluções da equação da RG, sendo que a versão mais popular propõe
algumas condições extras (homogeneidade aproximada, por exemplo) para
simplificar os cálculos e, como corretamente afirma o Dr. Humphreys, podemos
experimentar outras e ver que resultados se obtêm. Essas iniciativas são
saudáveis, mas precisamos fazê-lo corretamente, sem erros conceituais ou de cálculo.
Para
encerrar, fico muito assustado quando vejo alguém atribuir o status de Palavra de Deus (que pertence
à Bíblia) a uma particular interpretação de um grupo de teólogos que são tão
falíveis (ou até mais, por falta de instrumentos para detecção dos próprios
erros) quanto os físicos. Existe um abismo muito grande entre o que físicos
ateus falam e o que seus resultados mostram. Os resultados matemáticos tendem a
ser extremamente confiáveis. As interpretações filosóficas, não. O problema de
muitos físicos é uma visão de mundo que faz com que eles não levem em conta
algumas coisas importantes. O mesmo ocorre com teólogos e com profissionais de
outras áreas. Chamar a opinião desses eruditos de Palavra de Deus é muito
grave. É aceitar como regra de fé filosofias de homens ao invés de verificar se
eles não se enganaram, porventura, conferindo cada ideia com a Bíblia
frequentemente para ver se não nos enganamos em algum detalhe. A Bíblia é a
Palavra de Deus, não a minha leitura ou a sua ou a do mundo inteiro, se for o
caso. Precisamos ter a humildade de aceitar que qualquer um ou até mesmo todos
podem estar enganados em detalhes da interpretação bíblica. Precisamos sempre
voltar à Bíblia e reconsiderar tudo muitas vezes e por muitos caminhos, com a
ajuda do Espírito Santo. É possível que em alguns detalhes das Escrituras
diferentes grupos de teólogos discordem entre si estando todos errados.
Lembre-se
de como o povo de Deus no tempo de Jesus estava equivocado em pontos essenciais
quanto à missão do Messias, mesmo sendo isso fundamental à Sua doutrina! E os
sacerdotes e escribas liam e estudavam muito, e acumulavam estudos de eruditos
ao longo do tempo, assim como se faz hoje. E estavam enganados em um ponto
essencial assim mesmo. Muitos rejeitaram a Cristo para manter o que pensavam
ser “fé” nas Escrituras. Mas a verdade estava, sim, na Bíblia, mesmo escapando
aos eruditos: Isaías 53 parecia ser invisível para eles da mesma forma como
parecem invisíveis para muitas pessoas as definições de palavras que o próprio
capítulo 1 de Gênesis apresenta. Me desculpe, mas isso não me parece resultado
de fé, mas de fideísmo direcionado a interpretações humanas, o que é contrário
à Palavra de Deus.
Precisamos
ter a mesma humildade tanto ao reconhecer nossa possibilidade de equívoco ao
estudar a Bíblia (por isso a exegese, mas às vezes algumas regras parecem ser
convenientemente ignoradas por muitos em certos pontos), quanto ao estudar a natureza
(daí a exegese chamada de Matemática – incluindo 5sigma –, cuja aplicação
chamamos de ciência, sendo que a exegese bíblica usualmente é uma instância
simplificada da ciência e seria benéfico completar o processo). Espero jamais
cair no fideísmo, mas ter sempre uma fé crescente, no sentido de relação de
confiança com Deus, não em simplesmente crer na forma como outros entendem a
Bíblia, mesmo que essas pessoas sejam teólogos que pertencem à minha
denominação religiosa.
Mais
um detalhe: você falou em mantra sagrado da Astrofísica. No tempo em que eu era
pago para trabalhar com Astrofísica, a maioria dos colegas era mais cética em
relação ao big bang do que hoje,
justamente por envolver aspectos técnicos que a maioria dos físicos não domina,
por isso algumas coisas não fazem sentido para eles. E mesmo entre os físicos
que o aceitam, a grande maioria hoje em dia, nota-se um desconforto, uma
tentativa de buscar alternativas que não estejam tão perigosamente próximas da
ideia de um Criador de todas as coisas.
[Conclusão do químico:] Você
é inconvencível; crê na gravidade, no big
bang e que está certo em sua interpretação da Bíblia e da fisica do big bang. Físico vê moléculas como
feitas de bolinhas, sob a ação da gravidade, e é assim que ele vê o
universo dele... E quando as bolinhas não respondem à gravidade, ele adiciona a
poção mágica: matéria escura; parte de um sistema já em colapso. Como
convencer argentino de que o Pelé foi melhor do que o Maradona.
Eu tenho toda a química do meu lado, falando que o big bang é inviável, mas os físicos vão ver só a gravidade, e eu sei que gravidade não pode ser usada para nuvem de gás em expansão. Que gravidade não cola pó cósmico. Impasse, sinuca... discussão encerrada.
Eu tenho toda a química do meu lado, falando que o big bang é inviável, mas os físicos vão ver só a gravidade, e eu sei que gravidade não pode ser usada para nuvem de gás em expansão. Que gravidade não cola pó cósmico. Impasse, sinuca... discussão encerrada.
Quanto
à Bíblia e à teologia, aprendi com um pastor meu que todo o argumento teológico
que precise de um versículo para reinterpretar outro é fraco, ou seja, teologia
de segunda, que nunca poderá ser aceita por todos.
O argumento teológico do Universo antigo é assim... Usam-se diversas evidências indiretas extraídas de diferentes versículos bíblicos, o que significa que a teologia é fraca e precisa ser sustentada por somatória de pequenas evidencias e muita interpretação subjetiva, guiada pela conclusão a que se quer chegar, ou seja, pode ser até uma boa teologia, mas muitas evidências somadas mostram que não temos evidência forte alguma para tal teologia.
Para mim, Êxodo 20:11 é cabal e definitivo. Deus aqui “matou” a questão e não deixou margem para dúvida alguma. Boa teologia de um único versículo, por si só autoevidente. É boa teologia sustentada em um único versículo, cabal e absoluto. “Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.”
Dia aqui é usado para a criação e para o sábado, portanto é 24 horas Em seis dias Deus fez tudo; note: tudo o que neles há, no céu e na terra, e no mar (veja a riqueza de detalhes e a globalidade da obra: céu, terra e mar, coisa que usamos para descrever tudo, pois não há nada nos céus, na terra e no mar maior que o meu Deus). E Ele só descansou no sétimo, portanto não fez breaks.
Sigo então combatendo o big bang e o Universo antigo, pois é boa ciência com boa teologia, e boa filosofia também.
[Última pergunta do astrofísico:] Podemos encerrar, então. Me permita uma última pergunta? Se deixar a Bíblia
explicar a si mesma, com um texto lançando luz sobre outro, especialmente
quando é um versículo explicando o anterior, se isso é teologia de segunda,
fraca, o que seria a teologia de primeira?