quinta-feira, julho 08, 2010

Atum: comer ou não comer?


Aqueles que se pautam pelas regras dietéticas da Bíblia podem ou não comer atum? Ele é peixe de couro ou escamas?

Resposta:


Realmente não existe unanimidade quanto a isso na Igreja Adventista. Alguns dizem que o atum tem escamas e outros, não, que é peixe de couro. O pesquisador adventista Dr. Manuel Antônio Tápia realiza palestras sobre temperança em todo o Brasil e no exterior. Ele classificou o atum como peixe de couro, portanto, peixe imundo para alimentação. Mas muitos defendem o contrário, que o atum escamas e não há problema em fazer parte da dieta. Ver Levítico 11:9-10.

Entrei no site da Coqueiro. Se não é a maior, está entre as grandes marcas que comercializam atum e sardinha no Brasil. Para minha surpresa, entrando neste link, descobri que a empresa Coqueiro faz a seguinte declaração: “Como eles se diferenciam um do outro? [sardinha e atum] Pelo tamanho e suas características. A sardinha tem entre 50 e 80 gramas e tem seu corpo coberto por escamas. O atum, para ser comercializado, deve ter peso entre 1 e 12 kg, mas a média de tamanho é de 2 a 5 kg e tem seu corpo coberto por pele.”

Afirmado pela própria empresa que comercializa o atum, temos assim uma prova embasada de que o atum é peixe de couro. Realmente é difícil de ver o peixe no comércio, pois tem saída super-rápida quando chega à venda.

Fica o aviso de que, além de o atum ser peixe de couro, impróprio para alimentação de acordo com a Palavra de Deus, graças à sua pesca ilegal, milhares de golfinhos morrem presos em redes de pescadores.

A revista Veja publicou a história do Sr. Agudo, funcionário do Ministério do Meio Ambiente da Venezuela. Ele foi incumbido de fazer um levantamento da população de golfinhos na costa do país. Voltou com dados alarmantes: os animais estavam sendo dizimados de dois modos. A Venezuela tem a segunda maior frota de embarcações de pesca de atum. São barcos equipados com redes de até dois quilômetros de comprimento. Como os cardumes de atum e bandos de golfinhos costumam nadar juntos, os pescadores lançam as redes justamente onde encontram um número grande deles. O resultado é que os golfinhos, que não têm valor comercial, caem nas redes destinadas aos cardumes de atum.

O Earth Island Institute (EII), organização não-governamental com sede em São Francisco, na Califórnia (EUA), calcula que oito milhões de golfinhos morreram presos às redes nas últimas quatro décadas. Em 1990, o EII regulamentou internacionalmente o selo Dolphin Safe (Seguro para Golfinhos). O selo é conferido a empresas fabricantes de atum que usam sistemas de pesca que sejam inofensivos aos golfinhos (a pesca feita de forma correta é aquela com redes dotadas de meios de fuga ou feita com utilização de anzol e isca). Hoje, mais de 300 empresas no mundo têm o selo. Nenhuma delas no Brasil, segundo Mark Berman, diretor assistente do Projeto Internacional de Mamíferos Marinhos do ELL.

É bom que cada pessoa reflita se vale a pena comer as famosas pizzas de atum juntamente com seus patês, por tão horrendo sacrifício, reforçando ainda que o atum é peixe de couro e foi proibido por Deus para fazer parte do nosso cardápio.

(Emerson Nolasco)

Fontes:

Empresa Coqueiro: www.coqueiro.com.br
Revista Veja: http://veja.abril.com.br/151299/p_090.html
Greenpeace: http://www.greenpeace.org/portugal/oceanos/captura

Obs.: Num contato posterior com a empresa Coqueiro, o advogado Erich Olm obteve a seguinte resposta:

Bom dia Erich!

Agradecemos o seu contato com o nosso Serviço de Atendimento ao Consumidor Coqueiro. Com relação ao seu questionamento, esclarecemos que o atum é peixe de couro e de escama. O corpo é de couro e contém escamas na cabeça. A maioria das pessoas considera o atum um peixe de pele, mas isso acontece por conta do tamanho e quantidade das escamas do atum diferirem daquelas encontradas em outras espécies de peixe como as da sardinha, por exemplo. As escamas do atum são muito pequenas e estão mais concentradas na cabeça. Quanto às aletas (barbatanas), todas as espécies a possuem, e o tamanho é dependente da espécie e da idade. Existem várias espécies de atum, e todos têm barbatana e escamas.

Atenciosamente,

Maria Santana
Atendimento ao Consumidor COQUEIRO

quarta-feira, julho 07, 2010

Jesus morreu no dia 14 ou 15 de Nisã?

No livro Questões Sobre Doutrina é dito que Jesus morreu no dia 14 do primeiro mês da calendário judaico. Tempos atrás, recebi a informação de que Ele morreu no dia 15. Qual é o dia certo? Ele não morreu no mesmo dia em que se sacrificava o cordeiro pascal? – L.

A Páscoa era celebrada da seguinte forma: “Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano. [...] Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família [...] e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde [i.e., após o meio-dia]. [...] Naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão. [...] Nada deixareis dele até pela manhã; o que, porém, ficar até pela manhã, queimá-lo-eis” (Êx 12:2-10).

O cordeiro pascoal era morto na tarde do dia 14 de Nisã e comido, com ervas amargas e pães asmos, após o pôr-do-sol, isto é, no dia 15 (ver Comentário Bíblico Adventista, v. 5, p. 533, v. 1, p. 801). Isso significa que, se Jesus morreu no dia 14 de Nisã, então Ele celebrou a Páscoa no dia errado (um dia antes). Tem havido muita discussão entre os estudiosos da Bíblia quanto a quando Cristo comeu a Páscoa com os discípulos. O que a Bíblia diz?

As três passagens nos sinóticos (Mt 26:17, Mc 14:12 e Lc 22:7) dizem que os discípulos prepararam a Páscoa para Cristo no primeiro dia dos pães asmos. No tempo de Jesus, os judeus consideravam o dia 14 de Nisã como o primeiro dia dos pães asmos. Várias fontes antigas concordam que os judeus consideravam o dia 14 como o primeiro dia da festa: Josefo em uma passagem fala da Páscoa como uma festa que durava oito dias (Antiguidades 2.15.1) e em outra parte declara explicitamente que a festa começava no dia 14 (Guerras 5.3.1); o Talmude diz que os rabis consideravam o dia 14 como o primeiro dia dos pães asmos (Babylonian Talmud, Pesahim 5a). Ademais, os escritores evangélicos removem qualquer possibilidade de confusão ao usar expressões que confirmam que prepararam a Páscoa para Jesus no dia 14. Em Marcos 14:12, o escritor define o primeiro dia da festa como o dia em que o cordeiro era (imperfeito, indicando ação costumeira – “costumava ser”) sacrificado. E Lucas 22:7 (NVI) diz: “Finalmente, chegou o dia dos pães sem fermento, no qual devia ser sacrificado o cordeiro pascal” (grego edei, “era necessário”).

O Comentário Bíblico Adventista diz: “Pareceria mais importante que Sua morte estivesse sincronizada com a morte dos cordeiros pascais do que Seu ato de comer a Páscoa estivesse sincronizado com o tempo oficial para se participar da ceia pascal” (v. 5, p. 536). Sugere-se aqui que Cristo participou da ceia pascal no dia errado, transgredindo a lei da Páscoa: “Portanto, comemorem essa festa religiosa no dia certo, todos os anos” (Êx 13:10, BLH).

A principal razão para se tomar a posição de que Cristo morreu em 14 de Nisã são algumas passagens do evangelho de João. Mas devemos tomar a posição de que João está corrigindo os sinóticos, ou devemos buscar uma harmonia entre os quatro evangelhos? Os sinóticos dizem muito claramente que Cristo comeu a Páscoa no primeiro dia dos pães asmos, portanto seria mais fácil achar uma explicação para o que João diz do que achar uma explicação que descarte o que os sinóticos dizem.

Além do mais, Ellen White diz, em O Desejado de Todas as Nações, p. 642: “No cenáculo de uma morada de Jerusalém, achava-Se Cristo à mesa com os discípulos. Tinham-se reunido para celebrar a Páscoa. O Salvador desejava celebrar essa festa a sós com os doze. Sabia que era chegada a Sua hora; Ele próprio era o Cordeiro pascoal, e no dia em que se celebrava a Páscoa, devia ser sacrificado [no original: “on the day the Passover was eaten he was to be sacrificed”].”

O que ela está dizendo aqui é que Cristo devia ser sacrificado não no dia em que o cordeiro pascal era sacrificado, mas no dia em que ele era comido.

E, para completar, astronomicamente uma sexta-feira 14 de Nisã não é possível no ano 31; somente uma sexta-feira 15 de Nisã.

(Rosângela Lira)

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