Olá. Sou médico e físico. Como convivo com pessoas de pensamento científico que não acreditam na Criação, enfrento muitas dificuldades quando sou colocado diante de perguntas extremamente difíceis que colocam o criacionismo em xeque. Tenho duas dúvidas que me perturbam o sono: a primeira é sobre o choque de galáxias. Como explicar um universo racional regido por um Deus organizado que permite galáxias se chocarem com efeitos catastróficos para planetas e estrelas? O outro assunto preocupante para mim é o das supernovas e da morte de estrelas, bem como dos buracos negros que a tudo "engolem" sem "piedade". Não consigo ver uma finalidade benéfica isso com um Deus de ordem e amor? Podemos argumentar contra as catástrofes ocorridas na Terra por ser este o único planeta que pecou, e serem, portanto, elas resultantes das imperfeições do pecado que reinam neste planeta. Mas como argumentar a esse respeito quando se considera o universo de Deus que não pecou? – A.
São questões importantes, mas creio que causam dificuldades apenas em função de não se harmonizarem bem com certas idéias populares entre cristãos, idéias essas que não são bem fundamentadas, seja na Bíblia, seja no estudo do mundo físico.
Alguns acreditam que vivemos em uma espécie de universo alternativo, criado em função do pecado por ocasião da queda (de quem? de Adão ou de Lúcifer?). Mas essa idéia gera muitos problemas e carece de suporte (pelo menos ainda não vi uma boa fundamentação) e, no final das contas, não me parece que resolva devidamente os problemas a que se propõe.
Vejamos por outro ângulo. Para ganhar uma intuição do que a destruição representa em um universo perfeito, vamos pensar em uma escala menor, na esfera do cotidiano humano.
O que acontece quando comemos uma maçã, por exemplo? Primeiro, nós a destruímos com os dentes. A saliva contém enzimas que já iniciam a digestão dos alimentos na própria boca - mais um processo de destruição. Sucos digestivos são adicionados quando o material chega ao estômago, e o processo continua em fases sucessivas. No fim, as substâncias aproveitáveis são absorvidas pelas paredes do intestino e o restante é descartado.
As substâncias absorvidas pelo intestino serão aproveitadas pelo organismo como matéria prima para construção e reposição, fonte de energia, e outras funções.
O material descartado é eliminado do organismo humano e aproveitado por outros seres, passando por bactérias que farão mais destruição e descarte. O refugo final é matéria prima para as plantas reiniciarem o processo com o auxílio da energia solar.
Muitos cristãos pensam em um Céu ou uma Nova Terra em que nada será destruído. Contrariando essa idéia, a Bíblia afirma que as pessoas comerão e beberão na Nova Terra. Mas o processo de comer é "destrutivo". O que mencionei sobre alimentação e cadeia alimentar parece encaixar-se bem com o cenário descrito pela Bíblia.
Voltando ao macrocosmo, ao contrário do que se supunha antigamente, o Universo é uma estrutura em constante transformação. Choques entre galáxias acontecem, formando novas e interessantes estruturas. Isso é catastrófico para a estrutura global das galáxias envolvidas, mas tende a ser inócuo para as estrelas que as formam. Leia um exemplo de comentário sobre o assunto aqui.
No cenário bíblico da Nova Terra, isso significa que o sistema solar apenas passaria a fazer parte de uma nova galáxia, formada pela colisão da Via Láctea com Andrômeda. Não haveria razão para pânico, até porque Deus poderia proteger todos os planetas habitados.
Quanto ao "arraste gravitacional", a força de atração entre o Sol e os planetas ao seu redor é muito maior do que as forças gravitacionais envolvidas no processo de choque entre galáxias. Esse choque tenderia a causar apenas uma perturbação gravitacional quase imperceptível.
Quanto à destruição de estrelas, esse parece ser o mecanismo natural pelo qual a maioria dos elementos químicos é formada. Nesse caso, trata-se de um processo essencial à existência da vida no Universo.
Quanto aos buracos negros, parecem ser um tipo importante de estrutura para a estabilidade das galáxias, entre outras coisas. No centro da Via Láctea, por exemplo, tudo indica haver um buraco negro ajudando a manter a estabilidade de todo o sistema.
Além disso, buracos negros são conseqüências naturais bastante interessantes de leis físicas. E o fato de ser um fenômeno "interessante" não deve ser menosprezado. Note que, de acordo com a Bíblia, o propósito de Deus para Suas criaturas não é a mera sobrevivência, mas uma vida plena de constante desenvolvimento em todas as áreas, inclusive a área intelectual. Não seria de se esperar que Ele enchesse o Universo de fenômenos curiosos para nos dar material para pensar e aprender?
Essas coisas não são argumentos contra o cristianismo, mas servem como dicas para que alguns conceitos sejam revisados.
(Eduardo F. Lütz)
quarta-feira, dezembro 31, 2008
Hebreus e Tiago estão em contradição?
Sem dúvida, a Bíblia não entra em contradição de textos. Um texto complementa outro. Bom, devido a esse fator, dois textos do Novo Testamento me chamam a atenção. Trata-se dos capítulos 6 de Hebreus e 5 de Tiago. Em Hebreus, é dito que é “impossível” que alguém que tenha sido iluminado e tenha provado o dom celestial, e caiu, seja renovado para arrependimento. O outro trecho das Escrituras que aparenta ser contra o que Hebreus afirma está em Tiago 5:19 e 20. Lá está dizendo que se alguém se desviar da verdade e outro irmão o converter, aquele que o converteu o salvará da morte cobrindo multidões de pecados. Como podemos unir os dois trechos das Escrituras sem contradição? – E.
Prezado E., o texto de Hebreus 6:4-6 é um dos mais difíceis da Bíblia. E como a Bíblia não se contradiz, visto ser obra da inspiração do Espírito Santo, deve-se ver, nesse texto, a idéia de que, enquanto em apostasia declarada e aberta, é impossível alguém se arrepender e voltar ao redil de Cristo. Se tal pecador deixa sua apostasia (cometimento de qualquer pecado conhecido ou a aceitação de alguma doutrina contrária às Escrituras), então há chance de arrependimento e volta a Cristo e ao seio da Igreja. É o que diz João: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (1Jo 1:9). Então, qualquer pecado pode ser perdoado, desde que o pecador queira deixá-lo, confesse e busque o perdão divino. Enquanto não fizer isso, “é impossível renová-lo” na fé.
(Ozeas Caldas Moura)
Prezado E., o texto de Hebreus 6:4-6 é um dos mais difíceis da Bíblia. E como a Bíblia não se contradiz, visto ser obra da inspiração do Espírito Santo, deve-se ver, nesse texto, a idéia de que, enquanto em apostasia declarada e aberta, é impossível alguém se arrepender e voltar ao redil de Cristo. Se tal pecador deixa sua apostasia (cometimento de qualquer pecado conhecido ou a aceitação de alguma doutrina contrária às Escrituras), então há chance de arrependimento e volta a Cristo e ao seio da Igreja. É o que diz João: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (1Jo 1:9). Então, qualquer pecado pode ser perdoado, desde que o pecador queira deixá-lo, confesse e busque o perdão divino. Enquanto não fizer isso, “é impossível renová-lo” na fé.
(Ozeas Caldas Moura)
terça-feira, dezembro 02, 2008
Os reis de Apocalipse 17
Quem são os sete reis de Apocalipse 17:10? Queria saber sua ordem e quem é o oitavo rei. - J.
Sobre o assunto em questão e suas muitas hipóteses, não daria para tratá-lo exaustivamente com um simples comentário. Mas aí vão algumas considerações sobre o tema:
Esses reis ou reinos, de Apocalipse 17, são vistos pelos estudiosos bíblicos como poderes que, ao longo da história, perseguiram o povo de Deus.
- 7 reis (Ap 17:9): poderiam ser vistos como: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, Roma Pagã e Roma Papal.
- “cinco caíram” (Ap 17:10): Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia.
- “um existe” (Ap 17:10): Roma Pagã (que era o poder mundial nos dias de João, autor do Apocalipse, dominou o mundo de 168 a.c. a 476 d. C.).
- “o outro ainda não chegou” (Ap 17:10): Roma Papal (538-1798 d.C.).
- “quando chegar tem de durar pouco” (Ap 17:10): essa tradução complica o entendimento sobre o papado, visto que ele mandou no mundo de 538 a 1798 – o que não é “pouco”. A mesma expressão grega pode ser traduzida como ”ao chegar, terá um prazo limitado de atuação”, ou seja, não mandaria no mundo e nas pessoas indefinidamente. Apesar de impor sua vontade por muitos séculos, o poder papal chegou ao fim em 1798, quando o Papa Pio VI foi aprisionado pelo general Berthier, a mando de Napoleão Bonaparte.
- “a besta é o oitavo rei, e procede dos sete” (Ap 17:11): se o sétimo poder perseguidor é o poder papal, o oitavo (que dele procede) é o papado ressuscitado, ou seja, esse poder recobrará seu antigo poder perseguidor contra o povo de Deus, um pouco antes da segunda vinda de Cristo. Nas palavras de João, “sua ferida mortal será curada” (Ap 13:3).
(Ozeas Caldas Moura)
Sobre o assunto em questão e suas muitas hipóteses, não daria para tratá-lo exaustivamente com um simples comentário. Mas aí vão algumas considerações sobre o tema:
Esses reis ou reinos, de Apocalipse 17, são vistos pelos estudiosos bíblicos como poderes que, ao longo da história, perseguiram o povo de Deus.
- 7 reis (Ap 17:9): poderiam ser vistos como: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, Roma Pagã e Roma Papal.
- “cinco caíram” (Ap 17:10): Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia.
- “um existe” (Ap 17:10): Roma Pagã (que era o poder mundial nos dias de João, autor do Apocalipse, dominou o mundo de 168 a.c. a 476 d. C.).
- “o outro ainda não chegou” (Ap 17:10): Roma Papal (538-1798 d.C.).
- “quando chegar tem de durar pouco” (Ap 17:10): essa tradução complica o entendimento sobre o papado, visto que ele mandou no mundo de 538 a 1798 – o que não é “pouco”. A mesma expressão grega pode ser traduzida como ”ao chegar, terá um prazo limitado de atuação”, ou seja, não mandaria no mundo e nas pessoas indefinidamente. Apesar de impor sua vontade por muitos séculos, o poder papal chegou ao fim em 1798, quando o Papa Pio VI foi aprisionado pelo general Berthier, a mando de Napoleão Bonaparte.
- “a besta é o oitavo rei, e procede dos sete” (Ap 17:11): se o sétimo poder perseguidor é o poder papal, o oitavo (que dele procede) é o papado ressuscitado, ou seja, esse poder recobrará seu antigo poder perseguidor contra o povo de Deus, um pouco antes da segunda vinda de Cristo. Nas palavras de João, “sua ferida mortal será curada” (Ap 13:3).
(Ozeas Caldas Moura)
segunda-feira, novembro 17, 2008
As leis em Gálatas
Gostaria de saber a diferença entre a lei em Gálatas e os Dez Mandamentos. – C.
Prezado C., sobre a lei em Gálatas, deve-se ver cada verso onde a palavra “lei” aparece, para, então, se tirar uma conclusão a que lei se refere. Por exemplo: Gálatas 5:3 se refere à lei da circuncisão; 5:14 se refere aos Dez Mandamentos, cujo resumo é o amor; 3:24 se refere tanto à lei moral quanto à cerimonial – ambas nos levam a Cristo; 3:11 se refere a qualquer lei, pois nenhuma delas pode nos justificar diante de Deus (o papel da lei, tanto a cerimonial quanto a moral é mostrar o pecado, e não justificar ninguém); 3:13 parece se referir à lei moral (Cristo nos resgata, não da lei, mas de sua maldição ou condenação); 3:19 parece se referir à lei cerimonial, pois diz que “foi adicionada por causa das transgressões, até que viesse o descendente”. O certo é que, como Adão e Eva pecaram, então a lei moral já existia, e “não foi adicionada por causa das transgressões”. Com a expressão “até que viesse o descendente”, Paulo está dizendo que, com o sacrifício de Cristo, a lei cerimonial chegou ao seu fim e cumpriu seu propósito de prefigurar o sacrifício de Jesus, o Cordeiro de Deus.
Prezado C., sobre a lei em Gálatas, deve-se ver cada verso onde a palavra “lei” aparece, para, então, se tirar uma conclusão a que lei se refere. Por exemplo: Gálatas 5:3 se refere à lei da circuncisão; 5:14 se refere aos Dez Mandamentos, cujo resumo é o amor; 3:24 se refere tanto à lei moral quanto à cerimonial – ambas nos levam a Cristo; 3:11 se refere a qualquer lei, pois nenhuma delas pode nos justificar diante de Deus (o papel da lei, tanto a cerimonial quanto a moral é mostrar o pecado, e não justificar ninguém); 3:13 parece se referir à lei moral (Cristo nos resgata, não da lei, mas de sua maldição ou condenação); 3:19 parece se referir à lei cerimonial, pois diz que “foi adicionada por causa das transgressões, até que viesse o descendente”. O certo é que, como Adão e Eva pecaram, então a lei moral já existia, e “não foi adicionada por causa das transgressões”. Com a expressão “até que viesse o descendente”, Paulo está dizendo que, com o sacrifício de Cristo, a lei cerimonial chegou ao seu fim e cumpriu seu propósito de prefigurar o sacrifício de Jesus, o Cordeiro de Deus.
segunda-feira, outubro 13, 2008
A parábola do rico e Lázaro
Gênesis fala que Deus pegou o barro e formou o homem e ele “se tornou alma vivente”; portanto, o homem é uma alma vivente, não possui uma alma. Acredito nisso. Mas tem outra passagem que fala sobre a “alma”: Lucas 16:19-31. Como explicar essa passagem? – P.
Prezado P., no ótimo livro Vida Para Sempre, da Casa Publicadora Brasileira (www.cpb.com.br), há a explicação para essa parábola que confunde muita gente que não tem uma visão geral sobre o que a Bíblia ensina a respeito da morte. Aconselho-o a ler todo o livro. Eis a resposta:
“É provável que nenhuma outra história contada por Jesus tenha sido mais calorosamente usada como doutrina acerca do estado dos mortos, como a do rico e Lázaro, registrada em Lucas 16:19-31. Os que pregam que já existe um inferno de fogo, se apegam firmemente a essa história como apoio de seus ensinos. Tomam-na literalmente, excluindo-lhe qualquer interpretação como uma parábola.
“Primeiro, analisemos a história, dando-lhe uma interpretação literal. A história diz que o piedoso mendigo ‘morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão’. É o seio de Abraão literal a habitação de todos os salvos que morreram? Não teria que ser excessivamente grande para acomodar tanta gente? Abraão nasceu aproximadamente 2.000 anos depois da criação de Adão, de acordo com a cronologia da Bíblia. Muitas pessoas justas morreram antes de Abraão morrer. Existia seu seio literal, como habitação dos justos mortos, antes que ele mesmo existisse?
“O seio literal de Abraão, que contém os justos mortos, e o inferno de fogo, que contém os ímpios mortos, estão tão próximos um do outro que as pessoas no interior de um dos lugares ficam a uma distância que vêem, ouvem e falam com aqueles que se encontram no outro lugar? No inferno de fogo, os pecadores conversam amigavelmente com os santos, como o pecador rico da história fala com Abraão? É este patriarca ancião o governador e porta-voz dos justos mortos? Não podem eles ir ou vir sem a sua permissão? Os ímpios fazem orações a Abraão? É ele, e não Deus, a pessoa de quem eles esperam misericórdia?
“Os proponentes de uma interpretação literal dessa história assumem que, na morte, os ímpios vão imediatamente, em forma incorpórea, para o fogo do inferno, deixando seu corpo de carne se decompor aqui, numa sepultura. No entanto, a história não fala que a ‘alma’ do homem estava no fogo do inferno. Na verdade, as palavras ‘alma’ e ‘espírito’ não são usadas nessa narrativa. Porém, supondo que ele esteja existindo, em forma de espírito, no fogo do inferno, suplica ele por água literal? Os anjos têm que transportar literalmente os justos mortos de um lugar para outro? São os santos mortos confortados, enquanto ao alcance de suas vistas e ouvidos existe um lago de fogo, repleto de milhões de seres humanos literais desventurados que, em indescritível tormento, literalmente gritam e clamam eternamente por água literal e por misericórdia? Os ímpios no fogo do inferno intercedem por seus parentes que vivem agora na Terra? Essas são as implicações se a história for tomada literalmente.
“É muito evidente que o raciocínio baseado numa interpretação literal dessa história se torna ridículo e absurdo. Até mesmo os que insistem em tomá-la literalmente admitem que essa posição está cercada de dificuldades. E admitir que a Bíblia se contradiz é fatal para qualquer argumento que se fia nela para obter provas.
“Alfred Edersheim, um erudito hebreu cristão muito conhecido, de modo sábio salienta, ao comentar essa história, que: ‘Na interpretação dessa parábola será necessário ter em mente que seus detalhes parabólicos não devem ser explorados, nem devem ser derivadas deles doutrinas de qualquer tipo, tampouco o caráter do outro mundo, a questão da duração das punições futuras, ou o possível melhoramento moral dos que estão no Gehinnom [Geena]. Todas essas coisas são estranhas à parábola, cuja única intenção é servir como símbolo, ou exemplificação e ilustração do que se pretende ensinar’ (The Life and Times of Jesus the Messiah, v. 2, p. 277, 278).
“Alguns dirão: ‘A Bíblia não diz que esta é uma parábola!’ Tampouco Natã disse que estava relatando uma parábola quando contou a Davi a história do delito do homem rico de tomar a cordeirinha de seu vizinho pobre como refeição para um hóspede (2 Samuel 12:1-6). Lucas registra diversas outras histórias sobre as quais não nos é dito em outras palavras que são parábolas. O espírito imundo procurando sua casa, o administrador infiel, a grande ceia, e o filho pródigo são exemplos. Lucas 11:24-26; 16:1-12; 14:16-24; 15:11-32.
“Meu dicionário define parábola como segue: ‘Uma narrativa fictícia, geralmente breve e simples, que, sob o disfarce de fatos de ocorrência familiar ou comum, conduz a verdades morais ou espirituais.’ Numa parábola, a história em si, com seus vários detalhes, não é a coisa principal, e sim, unicamente o veículo que transporta a moral que o narrador deseja apresentar. E aqui está o perigo no uso das parábolas do Salvador. Algumas pessoas insistem em tomar as histórias em si mesmas, e até mesmo seus detalhes, literalmente como esse propósito.
“A colocação da história do rico e Lázaro revela que Jesus estava fazendo um discurso a um grupo de judeus, na linguagem mais simples, sobre servir ‘a Deus’ e ‘a Mamom’. Lucas 16:13-15 (Almeida Revista e Corrigida). Em Seu discurso, Ele estava combatendo um pecado notório de alguns fariseus – o amor ao dinheiro. ‘Os fariseus, que eram avarentos, ouviam tudo isto e O ridicularizavam.’ Verso 14. Evidentemente, detendo-Se por causa desse escárnio, Ele lhes disse: ‘Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações.’ Verso 15. Depois dessas observações, Ele relatou a parábola do rico e Lázaro.
“Pelo rico, que era tratado suntuosamente enquanto o seu vizinho padecia a mais terrível necessidade, Jesus descreveu figuradamente uma classe de fariseus que eram avarentos, serviam a Mamom e amavam o dinheiro. Em Mateus 23 e em outras passagens aprendemos que eles viviam da gordura da terra, exploravam seus pobres e necessitados compatriotas, amavam o elogio de homens mais do que os louvores de Deus, buscavam os primeiros assentos e as mais elevadas posições nos serviços das sinagogas, nos banquetes, e em outras funções públicas, e ao mesmo tempo tinham a maior pretensão de piedade. Enquanto isso, permaneciam insensivelmente indiferentes às necessidades e sofrimentos dos pobres à sua volta, figuradamente representados pelo piedoso mendigo.
“Na parábola, Abraão é representado como dizendo que um milagre de ressuscitar um homem morto para a vida seria uma evidência inútil para pessoas que não dão ouvidos aos claros ensinamentos das Sagradas Escrituras. ‘Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.’ Lucas 16:31. Uma lição oportuna para os homens de hoje! Por meio da Palavra Escrita, freqüentemente o Salvador refutava os ensinos errôneos de Seus oponentes e ‘ninguém Lhe podia responder palavras, nem ousou alguém, a partir daquele dia, fazer-Lhe perguntas’ (Mateus 22:46). Porém, persistiram em exigir dEle um milagre (João 6:30).
“Para que eles ficassem sem desculpas, o Senhor concedeu-lhes evidência que até mesmo Abraão lhes teria negado. Lázaro, de Betânia, morreu, e depois de permanecer quatro dias na tumba, Jesus o ressuscitou dos mortos. Na presença de uma multidão de testemunhas, Ele chamou Lázaro para a vida, não do Céu nem do inferno, mas da tumba (João 11:38-44). Muitas pessoas creram em Jesus naquele dia, e ‘outros, porém, foram ter com os fariseus e lhes contaram dos feitos que Jesus realizara’ (verso 46). ‘Então, os principais sacerdotes e os fariseus convocaram o Sinédrio; e disseram: Que estamos fazendo, uma vez que este homem opera muitos sinais?... Desde aquele dia resolveram matá-Lo’ (versos 47-53). Tal era sua dureza de coração!
“Quando Jesus visitou Lázaro e suas irmãs em Betânia antes de Sua entrada triunfal em Jerusalém, ‘soube numerosa multidão dos judeus que Jesus estava ali, e lá foram não só por causa dEle, mas também para ver a Lázaro, a quem Ele ressuscitara dentre os mortos. Mas os principais sacerdotes resolveram matar também a Lázaro; porque muitos dos judeus por causa dele voltavam crendo em Jesus’ (João 12:9-11).
“Com que exatidão a moral da história do rico e Lázaro se consumou na experiência dos incrédulos judeus!”
Prezado P., no ótimo livro Vida Para Sempre, da Casa Publicadora Brasileira (www.cpb.com.br), há a explicação para essa parábola que confunde muita gente que não tem uma visão geral sobre o que a Bíblia ensina a respeito da morte. Aconselho-o a ler todo o livro. Eis a resposta:
“É provável que nenhuma outra história contada por Jesus tenha sido mais calorosamente usada como doutrina acerca do estado dos mortos, como a do rico e Lázaro, registrada em Lucas 16:19-31. Os que pregam que já existe um inferno de fogo, se apegam firmemente a essa história como apoio de seus ensinos. Tomam-na literalmente, excluindo-lhe qualquer interpretação como uma parábola.
“Primeiro, analisemos a história, dando-lhe uma interpretação literal. A história diz que o piedoso mendigo ‘morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão’. É o seio de Abraão literal a habitação de todos os salvos que morreram? Não teria que ser excessivamente grande para acomodar tanta gente? Abraão nasceu aproximadamente 2.000 anos depois da criação de Adão, de acordo com a cronologia da Bíblia. Muitas pessoas justas morreram antes de Abraão morrer. Existia seu seio literal, como habitação dos justos mortos, antes que ele mesmo existisse?
“O seio literal de Abraão, que contém os justos mortos, e o inferno de fogo, que contém os ímpios mortos, estão tão próximos um do outro que as pessoas no interior de um dos lugares ficam a uma distância que vêem, ouvem e falam com aqueles que se encontram no outro lugar? No inferno de fogo, os pecadores conversam amigavelmente com os santos, como o pecador rico da história fala com Abraão? É este patriarca ancião o governador e porta-voz dos justos mortos? Não podem eles ir ou vir sem a sua permissão? Os ímpios fazem orações a Abraão? É ele, e não Deus, a pessoa de quem eles esperam misericórdia?
“Os proponentes de uma interpretação literal dessa história assumem que, na morte, os ímpios vão imediatamente, em forma incorpórea, para o fogo do inferno, deixando seu corpo de carne se decompor aqui, numa sepultura. No entanto, a história não fala que a ‘alma’ do homem estava no fogo do inferno. Na verdade, as palavras ‘alma’ e ‘espírito’ não são usadas nessa narrativa. Porém, supondo que ele esteja existindo, em forma de espírito, no fogo do inferno, suplica ele por água literal? Os anjos têm que transportar literalmente os justos mortos de um lugar para outro? São os santos mortos confortados, enquanto ao alcance de suas vistas e ouvidos existe um lago de fogo, repleto de milhões de seres humanos literais desventurados que, em indescritível tormento, literalmente gritam e clamam eternamente por água literal e por misericórdia? Os ímpios no fogo do inferno intercedem por seus parentes que vivem agora na Terra? Essas são as implicações se a história for tomada literalmente.
“É muito evidente que o raciocínio baseado numa interpretação literal dessa história se torna ridículo e absurdo. Até mesmo os que insistem em tomá-la literalmente admitem que essa posição está cercada de dificuldades. E admitir que a Bíblia se contradiz é fatal para qualquer argumento que se fia nela para obter provas.
“Alfred Edersheim, um erudito hebreu cristão muito conhecido, de modo sábio salienta, ao comentar essa história, que: ‘Na interpretação dessa parábola será necessário ter em mente que seus detalhes parabólicos não devem ser explorados, nem devem ser derivadas deles doutrinas de qualquer tipo, tampouco o caráter do outro mundo, a questão da duração das punições futuras, ou o possível melhoramento moral dos que estão no Gehinnom [Geena]. Todas essas coisas são estranhas à parábola, cuja única intenção é servir como símbolo, ou exemplificação e ilustração do que se pretende ensinar’ (The Life and Times of Jesus the Messiah, v. 2, p. 277, 278).
“Alguns dirão: ‘A Bíblia não diz que esta é uma parábola!’ Tampouco Natã disse que estava relatando uma parábola quando contou a Davi a história do delito do homem rico de tomar a cordeirinha de seu vizinho pobre como refeição para um hóspede (2 Samuel 12:1-6). Lucas registra diversas outras histórias sobre as quais não nos é dito em outras palavras que são parábolas. O espírito imundo procurando sua casa, o administrador infiel, a grande ceia, e o filho pródigo são exemplos. Lucas 11:24-26; 16:1-12; 14:16-24; 15:11-32.
“Meu dicionário define parábola como segue: ‘Uma narrativa fictícia, geralmente breve e simples, que, sob o disfarce de fatos de ocorrência familiar ou comum, conduz a verdades morais ou espirituais.’ Numa parábola, a história em si, com seus vários detalhes, não é a coisa principal, e sim, unicamente o veículo que transporta a moral que o narrador deseja apresentar. E aqui está o perigo no uso das parábolas do Salvador. Algumas pessoas insistem em tomar as histórias em si mesmas, e até mesmo seus detalhes, literalmente como esse propósito.
“A colocação da história do rico e Lázaro revela que Jesus estava fazendo um discurso a um grupo de judeus, na linguagem mais simples, sobre servir ‘a Deus’ e ‘a Mamom’. Lucas 16:13-15 (Almeida Revista e Corrigida). Em Seu discurso, Ele estava combatendo um pecado notório de alguns fariseus – o amor ao dinheiro. ‘Os fariseus, que eram avarentos, ouviam tudo isto e O ridicularizavam.’ Verso 14. Evidentemente, detendo-Se por causa desse escárnio, Ele lhes disse: ‘Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações.’ Verso 15. Depois dessas observações, Ele relatou a parábola do rico e Lázaro.
“Pelo rico, que era tratado suntuosamente enquanto o seu vizinho padecia a mais terrível necessidade, Jesus descreveu figuradamente uma classe de fariseus que eram avarentos, serviam a Mamom e amavam o dinheiro. Em Mateus 23 e em outras passagens aprendemos que eles viviam da gordura da terra, exploravam seus pobres e necessitados compatriotas, amavam o elogio de homens mais do que os louvores de Deus, buscavam os primeiros assentos e as mais elevadas posições nos serviços das sinagogas, nos banquetes, e em outras funções públicas, e ao mesmo tempo tinham a maior pretensão de piedade. Enquanto isso, permaneciam insensivelmente indiferentes às necessidades e sofrimentos dos pobres à sua volta, figuradamente representados pelo piedoso mendigo.
“Na parábola, Abraão é representado como dizendo que um milagre de ressuscitar um homem morto para a vida seria uma evidência inútil para pessoas que não dão ouvidos aos claros ensinamentos das Sagradas Escrituras. ‘Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.’ Lucas 16:31. Uma lição oportuna para os homens de hoje! Por meio da Palavra Escrita, freqüentemente o Salvador refutava os ensinos errôneos de Seus oponentes e ‘ninguém Lhe podia responder palavras, nem ousou alguém, a partir daquele dia, fazer-Lhe perguntas’ (Mateus 22:46). Porém, persistiram em exigir dEle um milagre (João 6:30).
“Para que eles ficassem sem desculpas, o Senhor concedeu-lhes evidência que até mesmo Abraão lhes teria negado. Lázaro, de Betânia, morreu, e depois de permanecer quatro dias na tumba, Jesus o ressuscitou dos mortos. Na presença de uma multidão de testemunhas, Ele chamou Lázaro para a vida, não do Céu nem do inferno, mas da tumba (João 11:38-44). Muitas pessoas creram em Jesus naquele dia, e ‘outros, porém, foram ter com os fariseus e lhes contaram dos feitos que Jesus realizara’ (verso 46). ‘Então, os principais sacerdotes e os fariseus convocaram o Sinédrio; e disseram: Que estamos fazendo, uma vez que este homem opera muitos sinais?... Desde aquele dia resolveram matá-Lo’ (versos 47-53). Tal era sua dureza de coração!
“Quando Jesus visitou Lázaro e suas irmãs em Betânia antes de Sua entrada triunfal em Jerusalém, ‘soube numerosa multidão dos judeus que Jesus estava ali, e lá foram não só por causa dEle, mas também para ver a Lázaro, a quem Ele ressuscitara dentre os mortos. Mas os principais sacerdotes resolveram matar também a Lázaro; porque muitos dos judeus por causa dele voltavam crendo em Jesus’ (João 12:9-11).
“Com que exatidão a moral da história do rico e Lázaro se consumou na experiência dos incrédulos judeus!”
quarta-feira, outubro 08, 2008
Acupuntura
O que a Igreja Adventista pensa sobre acupuntura? – P.
Prezado P., o Dr. Silas de Araújo Gomes realizou ampla pesquisa sobre as ditas medicinas alternativas e publicou o resultado disso em forma resumida no livro Medicina Alternativa – A Armadilha Dourada (recomendo, é da CPB – www.cpb.com.br). Algum tempo atrás, conheci uma médica em Florianópolis, pós-graduada em acupuntura. Ela era budista e cursou medicina em Taubaté. Depois de convertida ao adventismo, ela voltou a pesquisar os livros de acupuntura e chegou às mesmas conclusões do Dr. Silas:
"Terapeutas chineses e ocidentais têm buscado com todo empenho enquadrar a acupuntura dentro das ciências clássicas da sáude. Tem-se enfatizado os surpreendentes resultados da acupuntura no tratamento da dor, mesmo durante cirurgias abdominais e torácicas, quando o paciente é operado sem o uso de qualquer anestésico exceto a aplicação de algumas poucas agulhas em partes distantes do seu corpo. Não é minha intenção discutir a aparente eficácia do método. Não sou céptico quanto ao efeito analgésico da acupuntura, isto tem sido relatado e experimentado por muitos. O que não posso aceitar é que tal efeito seja resultado da simples aplicação de agulhas em pontos imaginários de anatomia sutil de meridianos que não existem!
"Como explicação, também fala-se muito de um provável efeito placebo (auto-sugestionamento) e do estímulo da produção de endorfinas, o que talvez poderia ser verdade em casos menores. No entanto, realizar uma pneumectomia (retirada cirúrgica do pulmão) tendo como anestésico apenas a aplicação de uma agulha no antebraço do paciente, me parece demasiado espantoso para considerar como um simples efeito placebo. Antes, prefiro crer que tais fantásticos resultados são intencionalmente produzidos pelo poder sobrenatural daquele que desde o princípio busca desencaminhar a humanidade de Deus, mantendo-a envolta na indefinida neblina do engano.
"Tanto os terapeutas como os sofridos pacientes estão em busca de resultados e Satanás sabe como produzir esses resultados para iludi-los. Insisto em que não devemos nos encantar apenas com resultados sem levarmos em conta os fundamentos do método. É fácil observar que o misticismo envolve todos os fundamentos da acupuntura, a qual se relaciona com vários outros métodos diagnósticos ou terapêuticos de natureza igualmente mística. O conceito acupunturista da anatomia sutil da energia vital e dos meridianos não tem o menor fundamento fisiológico ou anatômico topográfico, recorrendo para sua explicação a um intrincado e obscuro emaranhado filosófico vitalista oriental. A acupuntura, portanto, é uma técnica terapêutica de natureza essencialmente mística e espiritual. Por tudo isto, chegamos à conclusão de que a prática da acupuntura não está de acordo com os princípios de medicina natural conforme apresentados na Bíblia e no Espírito de Profecia."
Prezado P., o Dr. Silas de Araújo Gomes realizou ampla pesquisa sobre as ditas medicinas alternativas e publicou o resultado disso em forma resumida no livro Medicina Alternativa – A Armadilha Dourada (recomendo, é da CPB – www.cpb.com.br). Algum tempo atrás, conheci uma médica em Florianópolis, pós-graduada em acupuntura. Ela era budista e cursou medicina em Taubaté. Depois de convertida ao adventismo, ela voltou a pesquisar os livros de acupuntura e chegou às mesmas conclusões do Dr. Silas:
"Terapeutas chineses e ocidentais têm buscado com todo empenho enquadrar a acupuntura dentro das ciências clássicas da sáude. Tem-se enfatizado os surpreendentes resultados da acupuntura no tratamento da dor, mesmo durante cirurgias abdominais e torácicas, quando o paciente é operado sem o uso de qualquer anestésico exceto a aplicação de algumas poucas agulhas em partes distantes do seu corpo. Não é minha intenção discutir a aparente eficácia do método. Não sou céptico quanto ao efeito analgésico da acupuntura, isto tem sido relatado e experimentado por muitos. O que não posso aceitar é que tal efeito seja resultado da simples aplicação de agulhas em pontos imaginários de anatomia sutil de meridianos que não existem!
"Como explicação, também fala-se muito de um provável efeito placebo (auto-sugestionamento) e do estímulo da produção de endorfinas, o que talvez poderia ser verdade em casos menores. No entanto, realizar uma pneumectomia (retirada cirúrgica do pulmão) tendo como anestésico apenas a aplicação de uma agulha no antebraço do paciente, me parece demasiado espantoso para considerar como um simples efeito placebo. Antes, prefiro crer que tais fantásticos resultados são intencionalmente produzidos pelo poder sobrenatural daquele que desde o princípio busca desencaminhar a humanidade de Deus, mantendo-a envolta na indefinida neblina do engano.
"Tanto os terapeutas como os sofridos pacientes estão em busca de resultados e Satanás sabe como produzir esses resultados para iludi-los. Insisto em que não devemos nos encantar apenas com resultados sem levarmos em conta os fundamentos do método. É fácil observar que o misticismo envolve todos os fundamentos da acupuntura, a qual se relaciona com vários outros métodos diagnósticos ou terapêuticos de natureza igualmente mística. O conceito acupunturista da anatomia sutil da energia vital e dos meridianos não tem o menor fundamento fisiológico ou anatômico topográfico, recorrendo para sua explicação a um intrincado e obscuro emaranhado filosófico vitalista oriental. A acupuntura, portanto, é uma técnica terapêutica de natureza essencialmente mística e espiritual. Por tudo isto, chegamos à conclusão de que a prática da acupuntura não está de acordo com os princípios de medicina natural conforme apresentados na Bíblia e no Espírito de Profecia."
domingo, outubro 05, 2008
Animais de água doce no Dilúvio
Como os animais de água doce soberviveram durante o dilúvio de Gênesis? - D.
Se toda a Terra foi coberta pela água no Dilúvio, então naturalmente teria ocorrido uma mistura das águas doces com as salgadas. Muitas das espécies atuais de peixes são especializadas e não sobrevivem em água de salinidade radicalmente diferente daquela encontrada no seu habitat normal. Então como eles sobreviveram ao Dilúvio?
Note que a Bíblia nos diz que apenas os animais terrestres, que respiravam ar, e as aves, entraram na Arca (Gênesis 7:14 e 15, 21-23).
Não sabemos quão salgado era o mar antes do Dilúvio. O Dilúvio foi iniciado pelo rompimento das "fontes do grande abismo" (Gênesis 7:11). Quaisquer que fossem essas "fontes do grande abismo", o Dilúvio deve ter estado associado com enormes movimentos da crosta terrestre, causados também pelo peso da água, que teriam resultado em grande atividade vulcânica.
Os vulcões expelem enormes quantidades de vapor d'água, e a lava submarina dá origem à água quente e ao vapor d'água que dissolve minerais, acrescentando sal à água. Além disso, a erosão que acompanhou o escoamento da água para fora dos continentes após o Dilúvio teria acrescentado mais sal aos oceanos. Em outras palavras, esperaríamos que as águas do oceano pré-Diluviano fossem menos salgadas do que após o Dilúvio.
O problema dos peixes em relação com a salinidade, é que o peixe em água doce tende a absorver água, porque a salinidade dos fluidos em seu corpo ocasiona a absorção por osmose. O peixe em água salgada tende a perder água de seu corpo, porque a água ao seu redor é mais salgada do que os fluidos do seu corpo.
Muitos dos organismos marinhos de hoje, especialmente espécies que vivem em estuários e locais onde ocorrem marés, são capazes de sobreviver a grandes mudanças na salinidade. Por exemplo, a estrela-do-mar tolerará indefinidamente uma concentração cerca de 16,18% abaixo da concentração normal da água salgada. As cracas conseguem suportar exposição a menos de um décimo da concentração de sal usual da água do mar.
Existem espécies de peixes migratórios que viajam da água salgada para a doce e vice-versa. Por exemplo, o salmão, a perca listrada e o esturjão do Atlântico desovam em água doce e crescem até a maturidade em água salgada. As enguias se reproduzem na água salgada e crescem até a maturidade em lagos e correntes de água doce. Portanto, atualmente muitas das espécies de peixes são capazes de se adaptar tanto à água doce quanto à água salgada.
Também existem evidências de especialização pós-diluviana dentro da mesma espécie (bíblica) de peixe. Por exemplo, o esturjão do Atlântico migra entre a água doce e a salgada, mas o esturjão siberiano vive apenas em água doce.
Muitas famílias(1) de peixes contêm tanto espécies de água doce quanto de água salgada. Dentre elas incluem-se as famílias de peixe-sapo ou diabo-marinho, lúcio, âmia (Amia calva), esturjão, arenque/anchova, salmão/truta/lúcio, peixe-gato, rêmora, peixe-espinho, peixe-escorpião, e linguados. De fato, a maioria das famílias vivas hoje tem representantes tanto de água doce quanto de água salgada. Isto sugere que a capacidade de tolerar grandes mudanças na salinidade estava presente na maioria dos peixes na época do Dilúvio. A especialização, através de seleção natural, pode ter resultado na perda dessa capacidade em muitas espécies desde então.
Híbridos de truta selvagem (de água doce) e salmão cultivado (espécie migratória) foram descobertos na Escócia,(2) sugerindo que as diferenças entre tipos marinhos e de água doce podem ser muito menores. De fato, as diferenças na fisiologia parecem ser grandemente diferenças de grau, e não de tipo.
Os rins de peixes de espécies de água doce excretam o excesso de água (a urina tem baixa concentração de sal) e os rins de espécies marinhas excretam o excesso de sal (a urina tem alta concentração de sal). Os tubarões de água salgada têm altas concentrações de uréia no sangue para reter água no ambiente de água salgada, e os tubarões de água doce têm baixas concentrações de uréia para evitar a acumulação de água. Quando os peixes-serra mudam da água salgada para a água doce, eles aumentam a excreção de urina vinte vezes, e a sua concentração de uréia no sangue diminui para menos de um terço.
Os principais aquários públicos aproveitam a capacidade dos peixes de se adaptarem em águas com salinidade diferente daquelas que são os seus habitats normais, para exibir espécies de água doce e salgada juntas. O peixe pode se adaptar se a salinidade for mudada de maneira suficientemente lenta.
Portanto, atualmente muitas espécies de peixes têm capacidade de adaptação tanto à água doce quanto à salgada, dentro do seu próprio intervalo de vida.
Mamíferos aquáticos que respiram ar, tais como as baleias e os golfinhos, estariam mais bem capacitados para sobreviver ao Dilúvio do que muitos peixes, pois não são dependentes da água para conseguir oxigênio.
Muitas criaturas marinhas teriam sido mortas durante o Dilúvio por causa da turbidez da água, mudanças de temperatura, etc. O registro fóssil testifica a enorme destruição da vida marinha, pois as criaturas marinhas correspondem a 95% do registro fóssil.(3) Algumas, como os trilobitas e os ichthyossauros, provavelmente foram extintas nessa época. Isso é consistente com o relato bíblico do Dilúvio começando com a ruptura das "fontes do grande abismo" (isso é, começando no mar – "o grande abismo" significa os oceanos).
Também existe a possibilidade de que camadas estáveis de água doce e salgada tenham se desenvolvido e permanecido em algumas partes do oceano. A água doce pode ficar sobre a água salgada por longos períodos de tempo. A turbulência pode ter sido suficientemente fraca em altas latitudes para que tal estratificação pudesse durar e permitir a sobrevivência de espécies tanto de água doce quanto de água salgada nessas áreas.
Portanto, existem muitas explicações simples e plausíveis de como peixes de água doce e salgada poderiam ter sobrevivido ao Dilúvio. Não existe motivo para duvidar da realidade do Dilúvio como descrito na Bíblia.
Referências
1. "Família" é um dos níveis principais da classificação dos peixes. Existem grandes evidências de hibridização em peixes, dentro de famílias – a família truta/salmão, por exemplo – sugerindo que famílias podem representar a "espécie bíblica" nos peixes.
2. Charron, B., 1995. "Escape to sterility for designer fish." New Scientist 146(1979): 22.
3. Existe quantidade enorme de fósseis marinhos. Se realmente eles foram formados da maneira alegada pelos evolucionistas (no decorrer de centenas de milhões de anos), então os fósseis de transição mostrando mudanças graduais de um tipo para outro deveriam ser mais evidentes. Mas eles se destacam pela sua ausência. Além disso, fósseis de seres tais como águas-vivas, estrelas-do-mar e mexilhões são encontrados perto da base do registro fóssil juntamente com organismos multi-celulares, e ainda hoje eles estão vivos, fundamentalmente sem terem sido mudados.
Se toda a Terra foi coberta pela água no Dilúvio, então naturalmente teria ocorrido uma mistura das águas doces com as salgadas. Muitas das espécies atuais de peixes são especializadas e não sobrevivem em água de salinidade radicalmente diferente daquela encontrada no seu habitat normal. Então como eles sobreviveram ao Dilúvio?
Note que a Bíblia nos diz que apenas os animais terrestres, que respiravam ar, e as aves, entraram na Arca (Gênesis 7:14 e 15, 21-23).
Não sabemos quão salgado era o mar antes do Dilúvio. O Dilúvio foi iniciado pelo rompimento das "fontes do grande abismo" (Gênesis 7:11). Quaisquer que fossem essas "fontes do grande abismo", o Dilúvio deve ter estado associado com enormes movimentos da crosta terrestre, causados também pelo peso da água, que teriam resultado em grande atividade vulcânica.
Os vulcões expelem enormes quantidades de vapor d'água, e a lava submarina dá origem à água quente e ao vapor d'água que dissolve minerais, acrescentando sal à água. Além disso, a erosão que acompanhou o escoamento da água para fora dos continentes após o Dilúvio teria acrescentado mais sal aos oceanos. Em outras palavras, esperaríamos que as águas do oceano pré-Diluviano fossem menos salgadas do que após o Dilúvio.
O problema dos peixes em relação com a salinidade, é que o peixe em água doce tende a absorver água, porque a salinidade dos fluidos em seu corpo ocasiona a absorção por osmose. O peixe em água salgada tende a perder água de seu corpo, porque a água ao seu redor é mais salgada do que os fluidos do seu corpo.
Muitos dos organismos marinhos de hoje, especialmente espécies que vivem em estuários e locais onde ocorrem marés, são capazes de sobreviver a grandes mudanças na salinidade. Por exemplo, a estrela-do-mar tolerará indefinidamente uma concentração cerca de 16,18% abaixo da concentração normal da água salgada. As cracas conseguem suportar exposição a menos de um décimo da concentração de sal usual da água do mar.
Existem espécies de peixes migratórios que viajam da água salgada para a doce e vice-versa. Por exemplo, o salmão, a perca listrada e o esturjão do Atlântico desovam em água doce e crescem até a maturidade em água salgada. As enguias se reproduzem na água salgada e crescem até a maturidade em lagos e correntes de água doce. Portanto, atualmente muitas das espécies de peixes são capazes de se adaptar tanto à água doce quanto à água salgada.
Também existem evidências de especialização pós-diluviana dentro da mesma espécie (bíblica) de peixe. Por exemplo, o esturjão do Atlântico migra entre a água doce e a salgada, mas o esturjão siberiano vive apenas em água doce.
Muitas famílias(1) de peixes contêm tanto espécies de água doce quanto de água salgada. Dentre elas incluem-se as famílias de peixe-sapo ou diabo-marinho, lúcio, âmia (Amia calva), esturjão, arenque/anchova, salmão/truta/lúcio, peixe-gato, rêmora, peixe-espinho, peixe-escorpião, e linguados. De fato, a maioria das famílias vivas hoje tem representantes tanto de água doce quanto de água salgada. Isto sugere que a capacidade de tolerar grandes mudanças na salinidade estava presente na maioria dos peixes na época do Dilúvio. A especialização, através de seleção natural, pode ter resultado na perda dessa capacidade em muitas espécies desde então.
Híbridos de truta selvagem (de água doce) e salmão cultivado (espécie migratória) foram descobertos na Escócia,(2) sugerindo que as diferenças entre tipos marinhos e de água doce podem ser muito menores. De fato, as diferenças na fisiologia parecem ser grandemente diferenças de grau, e não de tipo.
Os rins de peixes de espécies de água doce excretam o excesso de água (a urina tem baixa concentração de sal) e os rins de espécies marinhas excretam o excesso de sal (a urina tem alta concentração de sal). Os tubarões de água salgada têm altas concentrações de uréia no sangue para reter água no ambiente de água salgada, e os tubarões de água doce têm baixas concentrações de uréia para evitar a acumulação de água. Quando os peixes-serra mudam da água salgada para a água doce, eles aumentam a excreção de urina vinte vezes, e a sua concentração de uréia no sangue diminui para menos de um terço.
Os principais aquários públicos aproveitam a capacidade dos peixes de se adaptarem em águas com salinidade diferente daquelas que são os seus habitats normais, para exibir espécies de água doce e salgada juntas. O peixe pode se adaptar se a salinidade for mudada de maneira suficientemente lenta.
Portanto, atualmente muitas espécies de peixes têm capacidade de adaptação tanto à água doce quanto à salgada, dentro do seu próprio intervalo de vida.
Mamíferos aquáticos que respiram ar, tais como as baleias e os golfinhos, estariam mais bem capacitados para sobreviver ao Dilúvio do que muitos peixes, pois não são dependentes da água para conseguir oxigênio.
Muitas criaturas marinhas teriam sido mortas durante o Dilúvio por causa da turbidez da água, mudanças de temperatura, etc. O registro fóssil testifica a enorme destruição da vida marinha, pois as criaturas marinhas correspondem a 95% do registro fóssil.(3) Algumas, como os trilobitas e os ichthyossauros, provavelmente foram extintas nessa época. Isso é consistente com o relato bíblico do Dilúvio começando com a ruptura das "fontes do grande abismo" (isso é, começando no mar – "o grande abismo" significa os oceanos).
Também existe a possibilidade de que camadas estáveis de água doce e salgada tenham se desenvolvido e permanecido em algumas partes do oceano. A água doce pode ficar sobre a água salgada por longos períodos de tempo. A turbulência pode ter sido suficientemente fraca em altas latitudes para que tal estratificação pudesse durar e permitir a sobrevivência de espécies tanto de água doce quanto de água salgada nessas áreas.
Portanto, existem muitas explicações simples e plausíveis de como peixes de água doce e salgada poderiam ter sobrevivido ao Dilúvio. Não existe motivo para duvidar da realidade do Dilúvio como descrito na Bíblia.
Referências
1. "Família" é um dos níveis principais da classificação dos peixes. Existem grandes evidências de hibridização em peixes, dentro de famílias – a família truta/salmão, por exemplo – sugerindo que famílias podem representar a "espécie bíblica" nos peixes.
2. Charron, B., 1995. "Escape to sterility for designer fish." New Scientist 146(1979): 22.
3. Existe quantidade enorme de fósseis marinhos. Se realmente eles foram formados da maneira alegada pelos evolucionistas (no decorrer de centenas de milhões de anos), então os fósseis de transição mostrando mudanças graduais de um tipo para outro deveriam ser mais evidentes. Mas eles se destacam pela sua ausência. Além disso, fósseis de seres tais como águas-vivas, estrelas-do-mar e mexilhões são encontrados perto da base do registro fóssil juntamente com organismos multi-celulares, e ainda hoje eles estão vivos, fundamentalmente sem terem sido mudados.
segunda-feira, setembro 29, 2008
Homeopatia
Queria mais informações sobre Homeopatia. Estou fazendo tratamento homeopático e meu filho também. Mas alguns membros da igreja já me falaram que a igreja é contra. Nunca ouvi nada dentro da igreja sobre isso. – K.
A Homeopatia é baseada na teoria de que existe uma força vital que comunica vida e saúde ao corpo. As doenças seriam causadas por um distúrbio dessa força vital. Essa força vital nunca pôde ser comprovada cientificamente, e a base teórica da Homeopatia continua sendo muito mística e inconsistente. Sabe-se de pesquisas que foram realizadas que não demonstraram diferença estatisticamente significativa entre Homeopatia e placebo. No mundo médico, a Homeopatia acabou se difundindo, e até foi reconhecida como especialidade no Brasil pelo CFM. Entretanto, isso não quer dizer que ela é científica e aprovada por Deus.
Acredito que a Homeopatia tem uma natureza fortemente mística e espiritualista, e por isso devemos tomar cuidado. Satanás opera prodígios e milagres para enganar, se possível, os próprios eleitos. Penso que é muito mais recomendável seguir as orientações de saúde do Espírito de Profecia do que se submeter a tratamentos homeopáticos. Se realmente fosse um método tão bom e aprovado por Deus, acredito que o Espírito de Profecia nos daria alguma luz sobre esse tratamento.
Seria bom descobrir a causa da doença para procurar o tratamento mais adequado. Ellen White escreve que nenhuma doença vem sem causa. O caminho é preparado, e a doença convidada por desrespeito às leis de saúde. Tentando encontrar a causa, seria mais fácil agir de maneira sábia e segura como nos orienta a Palavra e o Espírito de Profecia, sem o perigo de cair nas armadilhas de Satanás. Creio que seguir os conselhos divinos na área de saúde (Ciência do Bom Viver, Conselhos Sobre Saúde, Conselhos Sobre o Regime Alimentar) seria de grande ajuda, independentemente da doença em questão.
Seria bom também você ler o livro Medicina Alternativa, de Silas de Araújo Gomes, publicado pela Casa Publicadora Brasileira, e o livro O Adventismo e as Terapias Alternativas: Fisiologia e Misticismo, do D. Hélio Grellmann.
(Dr. Luiz Fernando Sella, médico)
A Homeopatia é baseada na teoria de que existe uma força vital que comunica vida e saúde ao corpo. As doenças seriam causadas por um distúrbio dessa força vital. Essa força vital nunca pôde ser comprovada cientificamente, e a base teórica da Homeopatia continua sendo muito mística e inconsistente. Sabe-se de pesquisas que foram realizadas que não demonstraram diferença estatisticamente significativa entre Homeopatia e placebo. No mundo médico, a Homeopatia acabou se difundindo, e até foi reconhecida como especialidade no Brasil pelo CFM. Entretanto, isso não quer dizer que ela é científica e aprovada por Deus.
Acredito que a Homeopatia tem uma natureza fortemente mística e espiritualista, e por isso devemos tomar cuidado. Satanás opera prodígios e milagres para enganar, se possível, os próprios eleitos. Penso que é muito mais recomendável seguir as orientações de saúde do Espírito de Profecia do que se submeter a tratamentos homeopáticos. Se realmente fosse um método tão bom e aprovado por Deus, acredito que o Espírito de Profecia nos daria alguma luz sobre esse tratamento.
Seria bom descobrir a causa da doença para procurar o tratamento mais adequado. Ellen White escreve que nenhuma doença vem sem causa. O caminho é preparado, e a doença convidada por desrespeito às leis de saúde. Tentando encontrar a causa, seria mais fácil agir de maneira sábia e segura como nos orienta a Palavra e o Espírito de Profecia, sem o perigo de cair nas armadilhas de Satanás. Creio que seguir os conselhos divinos na área de saúde (Ciência do Bom Viver, Conselhos Sobre Saúde, Conselhos Sobre o Regime Alimentar) seria de grande ajuda, independentemente da doença em questão.
Seria bom também você ler o livro Medicina Alternativa, de Silas de Araújo Gomes, publicado pela Casa Publicadora Brasileira, e o livro O Adventismo e as Terapias Alternativas: Fisiologia e Misticismo, do D. Hélio Grellmann.
(Dr. Luiz Fernando Sella, médico)
quarta-feira, setembro 17, 2008
Duas histórias da Criação?
Alguém me disse que há duas versões da Criação em Gênesis. A primeira versão estaria em Gênesis 1:1-2:3. O homem foi criado depois dos outros animais (Gn 1:25-27); o homem e a mulher foram criados simultaneamente (Gn 1:27). A segunda versão estaria em Gênesis 2:4-25. O homem aparece antes dos outros animais (Gn 2:18-19); o homem foi criado primeiro, então os animais, e só depois a mulher, da costela do homem (Gn 2:18-22). É assim mesmo? - G.
Os dois relatos não se contradizem, mas se complementam, explicam e lançam luz um sobre o outro.
Primeira história (Gn 1:1-2:3) - O homem foi criado depois dos outros animais (Gn 1:25-27): correto.
O homem e a mulher foram criados simultaneamente (Gn 1:27): errado. O verso apenas diz que Deus criou o homem e a mulher à Sua imagem, sem especificar o momento da criação do casal.
Segunda história (Gn 2:4-25) - O homem aparece antes dos outros animais (Gn 2:18-19): errado. Esses versos apenas dizem que Deus trouxe os animais para que o homem lhes desse nomes.
O homem foi criado primeiro, então os animais, e só depois a mulher, da costela do homem. Gn 2:18-22.
O texto não diz que o homem foi criado primeiro. Apenas que (a) Deus criou uma auxiliadora para o homem (verso 18), (b) os animais foram levados à presença de Adão para que este lhes desse nomes (versos 19 e 20), (c) que a mulher foi formada de uma costela de Adão (versos 21 e 22). Esses fatos são apresentados, mas não necessariamente em ordem cronológica (maneira típica de um escritor hebreu, que diz algo e mais tarde retoma o assunto para explicá-lo melhor).
Os dois relatos não se contradizem, mas se complementam, explicam e lançam luz um sobre o outro.
Primeira história (Gn 1:1-2:3) - O homem foi criado depois dos outros animais (Gn 1:25-27): correto.
O homem e a mulher foram criados simultaneamente (Gn 1:27): errado. O verso apenas diz que Deus criou o homem e a mulher à Sua imagem, sem especificar o momento da criação do casal.
Segunda história (Gn 2:4-25) - O homem aparece antes dos outros animais (Gn 2:18-19): errado. Esses versos apenas dizem que Deus trouxe os animais para que o homem lhes desse nomes.
O homem foi criado primeiro, então os animais, e só depois a mulher, da costela do homem. Gn 2:18-22.
O texto não diz que o homem foi criado primeiro. Apenas que (a) Deus criou uma auxiliadora para o homem (verso 18), (b) os animais foram levados à presença de Adão para que este lhes desse nomes (versos 19 e 20), (c) que a mulher foi formada de uma costela de Adão (versos 21 e 22). Esses fatos são apresentados, mas não necessariamente em ordem cronológica (maneira típica de um escritor hebreu, que diz algo e mais tarde retoma o assunto para explicá-lo melhor).
terça-feira, setembro 02, 2008
Parousia em 1914?
Existe um grupo religioso que afirma ter Jesus voltado “invisivelmente” em 1914. Isso procede? A.
Evidentemente que não. Existem vários textos bíblicos que demonstram a falsidade dessa idéia:
Os santos não ressuscitaram (1Ts 4:16)
Os vivos não foram arrebatados (1Co 15:22, 23)
Os maus não foram destruídos (2Ts 2:8; Lc 17:23-30)
“Todo olho” não viu Jesus em 1914 (Ap 1:7)
“Todas as tribos da Terra” não têm “olhos espirituais”, contudo, verão a Cristo (Mt 24:30, 31)
A Santa-Ceia (Culto Memorial) deve ser realizada “até que Ele venha”. Se já veio, para que realizá-la? (1Co 11:26 ARC)
O sinais de vinda de Jesus são para advertir-nos (Mt 24:42-44). Se Jesus já está aqui, os sinais são agora inúteis?
Cristo intercede hoje por nós (Hb 7:25; ver também Hb 8:1, 2). Se Cristo já “veio” em 1914, terminou a intercessão? Ninguém mais tem a salvação? Para que pregar, então?
As “testemunhas de Jeová” foram ensinadas, por anos, que o segundo advento invisível de Cristo ocorreu em 1874. A data foi depois alterada para 1914. O interessante é que a Torre de Vigia publicou os livros O Mistério Consumado, Criação e Profecia respectivamente em 1917, 1927 e 1929, ainda ensinando 1874 como o tempo da parousia. Logo, esses “olhos do entendimento” não entenderam nada sobre o assunto da vinda de Cristo por quase 30 anos!
Note, por exemplo, esta citação: “Por ocasião do segundo advento, em 1874...” (O Mistério Consumado, série 7 de Estudo nas Escrituras, p. 167). Livro publicado três anos depois de 1914.
Cronologia furada
Não há relação alguma entre Daniel 4 e Lucas 21:24 (“Tempos dos Gentios”), como querem as “testemunhas de Jeová”. Daniel 4:28-34 indica que a profecia se cumpriu com o próprio Nabucodonosor, não depois.
607 a.C., tido pelas “testemunhas” como o ano da desolação de Jerusalém e início do cativeiro babilônico, não tem confirmação de nenhum historiador ou arqueólogo de gabarito, nem mesmo dos citados pela Torre de Vigia, como E. Thiele, J. Finegan, J. Pritchard, etc. 2 Reis 25:1 fala do último cerco de Jerusalém no nono ano do reinado de Nabucodonosor, ou seja, 588 a.C. Esse cerco durou dois anos, chegando, portanto, a 586 a.C. Essa data foi admitida até por Raymond Franz, autor do verbete “cronologia” em Ajuda Para o Entendimento da Bíblia, editado pela Torre de Vigia. Franz abandonou a organização – mesmo sendo membro do “Corpo Governante” – após perceber a falta de fundamento histórico da data 607 a.C. (Raymond Franz é sobrinho de Frederick Franz, presidente das “testemunhas” até 1992 e autor da versão bíblica Novo Mundo.)
Outro detalhe: 4/5 de outubro de 1914 é tido pelas “testemunhas” como a data da entronização de Cristo como Rei celestial (Aproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos, p. 230).
Para eles, em outubro de 1914 ocorreu (1) a entronização de Cristo no Céu, representada pelo cavaleiro do cavalo branco que sai para a vitória – Ap 6:2; (2) o início da “vinda secreta” de Cristo; (3) o começo da rebelião de Satanás e a guerra no Céu – Ap 12:2; (4) a derrota e expulsão de Satanás para a Terra – Ap 12:8-10.
Acontece que a I Guerra Mundial começou em 28 de julho, quando a Áustria declarou guerra à Sérvia, devido ao assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco. Foi esse fato que precipitou toda a Europa e o mundo na guerra.
Assim, em princípios de outubro, nação já se havia levantado contra nação e reino contra reino, o que não se ajusta à interpretação da Torre de Vigia quanto ao tempo do cumprimento de Mateus 24:6 e 7. Outro problema: pela interpretação jeovista, o cavalo vermelho sai antes do cavalo branco (Ap 6:4)! As nações, na verdade, iram-se no fim do tempo (ver Ap 11:18).
Parousia
Leia Filipenses 1:26 e 2:12; 1 Coríntios 16:17; 2 Coríntios 10:10. Nessas passagens há o emprego da palavra parousia, e elas deixam evidente que ela não existe o significado de “invisível”.
A verdade sobre a 2ª vinda
Atos 1:11 – Jesus subiu ao céu visivelmente e anjos afirmaram que Ele voltará da mesma maneira.
Mateus 24:27 e 30; 26:64; Marcos 13:26; Lucas 17:24; Tito 2:13 – A vinda de Cristo, além de visível, será em glória.
Mateus 24:26 e 27 – Não devemos dar crédito aos que dizem saber quando e onde Cristo voltará.
Evidentemente que não. Existem vários textos bíblicos que demonstram a falsidade dessa idéia:
Os santos não ressuscitaram (1Ts 4:16)
Os vivos não foram arrebatados (1Co 15:22, 23)
Os maus não foram destruídos (2Ts 2:8; Lc 17:23-30)
“Todo olho” não viu Jesus em 1914 (Ap 1:7)
“Todas as tribos da Terra” não têm “olhos espirituais”, contudo, verão a Cristo (Mt 24:30, 31)
A Santa-Ceia (Culto Memorial) deve ser realizada “até que Ele venha”. Se já veio, para que realizá-la? (1Co 11:26 ARC)
O sinais de vinda de Jesus são para advertir-nos (Mt 24:42-44). Se Jesus já está aqui, os sinais são agora inúteis?
Cristo intercede hoje por nós (Hb 7:25; ver também Hb 8:1, 2). Se Cristo já “veio” em 1914, terminou a intercessão? Ninguém mais tem a salvação? Para que pregar, então?
As “testemunhas de Jeová” foram ensinadas, por anos, que o segundo advento invisível de Cristo ocorreu em 1874. A data foi depois alterada para 1914. O interessante é que a Torre de Vigia publicou os livros O Mistério Consumado, Criação e Profecia respectivamente em 1917, 1927 e 1929, ainda ensinando 1874 como o tempo da parousia. Logo, esses “olhos do entendimento” não entenderam nada sobre o assunto da vinda de Cristo por quase 30 anos!
Note, por exemplo, esta citação: “Por ocasião do segundo advento, em 1874...” (O Mistério Consumado, série 7 de Estudo nas Escrituras, p. 167). Livro publicado três anos depois de 1914.
Cronologia furada
Não há relação alguma entre Daniel 4 e Lucas 21:24 (“Tempos dos Gentios”), como querem as “testemunhas de Jeová”. Daniel 4:28-34 indica que a profecia se cumpriu com o próprio Nabucodonosor, não depois.
607 a.C., tido pelas “testemunhas” como o ano da desolação de Jerusalém e início do cativeiro babilônico, não tem confirmação de nenhum historiador ou arqueólogo de gabarito, nem mesmo dos citados pela Torre de Vigia, como E. Thiele, J. Finegan, J. Pritchard, etc. 2 Reis 25:1 fala do último cerco de Jerusalém no nono ano do reinado de Nabucodonosor, ou seja, 588 a.C. Esse cerco durou dois anos, chegando, portanto, a 586 a.C. Essa data foi admitida até por Raymond Franz, autor do verbete “cronologia” em Ajuda Para o Entendimento da Bíblia, editado pela Torre de Vigia. Franz abandonou a organização – mesmo sendo membro do “Corpo Governante” – após perceber a falta de fundamento histórico da data 607 a.C. (Raymond Franz é sobrinho de Frederick Franz, presidente das “testemunhas” até 1992 e autor da versão bíblica Novo Mundo.)
Outro detalhe: 4/5 de outubro de 1914 é tido pelas “testemunhas” como a data da entronização de Cristo como Rei celestial (Aproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos, p. 230).
Para eles, em outubro de 1914 ocorreu (1) a entronização de Cristo no Céu, representada pelo cavaleiro do cavalo branco que sai para a vitória – Ap 6:2; (2) o início da “vinda secreta” de Cristo; (3) o começo da rebelião de Satanás e a guerra no Céu – Ap 12:2; (4) a derrota e expulsão de Satanás para a Terra – Ap 12:8-10.
Acontece que a I Guerra Mundial começou em 28 de julho, quando a Áustria declarou guerra à Sérvia, devido ao assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco. Foi esse fato que precipitou toda a Europa e o mundo na guerra.
Assim, em princípios de outubro, nação já se havia levantado contra nação e reino contra reino, o que não se ajusta à interpretação da Torre de Vigia quanto ao tempo do cumprimento de Mateus 24:6 e 7. Outro problema: pela interpretação jeovista, o cavalo vermelho sai antes do cavalo branco (Ap 6:4)! As nações, na verdade, iram-se no fim do tempo (ver Ap 11:18).
Parousia
Leia Filipenses 1:26 e 2:12; 1 Coríntios 16:17; 2 Coríntios 10:10. Nessas passagens há o emprego da palavra parousia, e elas deixam evidente que ela não existe o significado de “invisível”.
A verdade sobre a 2ª vinda
Atos 1:11 – Jesus subiu ao céu visivelmente e anjos afirmaram que Ele voltará da mesma maneira.
Mateus 24:27 e 30; 26:64; Marcos 13:26; Lucas 17:24; Tito 2:13 – A vinda de Cristo, além de visível, será em glória.
Mateus 24:26 e 27 – Não devemos dar crédito aos que dizem saber quando e onde Cristo voltará.
terça-feira, junho 03, 2008
Quem foram os nicolaítas
Quais eram as obras e doutrina dos nicolaítas (Ap 2:6, 15). Eu entendo que, se a origem da palavra for levada em conta, veremos que os niciolaítas são aqueles que exercem domínio clerical sobre os leigos, criando duas classes hierárquicas entre os irmãos, o que não deveria existir, pois em Cristo somos todos um reino de sacerdotes. Na maioria das denominações cristãs há um grupo de clérigos e outro grupo de leigos, em uma forte relação de interesses e conveniência. R.
Os "nicolaítas", mencionados em Apocalipse 2:6 e 15, haviam se apossado do nome do conhecido diácono Nicolau (At 6:5) e criado uma seita gnóstica e herética ainda nos dias do apóstolo João (Ap 2:6). Diziam que o que alguém faz no corpo não afeta a vida espiritual. Assim, facilmente caíam na prostituição e adultério. Sua doutrina assemelhava-se à de Balaão, que através da prostituição e do comer carnes sacrificadas aos ídolos, fez pecar os povo de Israel quando saíam do Egito (ver Ap 2:14, 15).
Os "nicolaítas", mencionados em Apocalipse 2:6 e 15, haviam se apossado do nome do conhecido diácono Nicolau (At 6:5) e criado uma seita gnóstica e herética ainda nos dias do apóstolo João (Ap 2:6). Diziam que o que alguém faz no corpo não afeta a vida espiritual. Assim, facilmente caíam na prostituição e adultério. Sua doutrina assemelhava-se à de Balaão, que através da prostituição e do comer carnes sacrificadas aos ídolos, fez pecar os povo de Israel quando saíam do Egito (ver Ap 2:14, 15).
Como saber que lei vale e que lei foi abolida?
Estou com uma dúvida: em Levítico 19:27 fala que não era para cortar o cabelo nem aparar a barba, alguns dizem que essa lei foi abolida, mas em Levítico 11 fala sobre a alimentação e essa alimentação os adventistas ainda seguem, mas não seguem Levítico 19:27. Como vou saber o que foi abolido ou não? M.B.
Como se pode ver, a Bíblia contém diversos tipos de leis:
1. Lei Moral, ou Dez Mandamentos (Êxodo 20). Essas não podem ser abolidas, pois têm a ver com o nosso relacionamento com Deus e o próximo. Não matar, roubar, mentir, por exemplo, jamais poderão ser abolidos, pois se o fossem, haveria caos na sociedade.
2. Leis civis. Regiam a vida na sociedade hebraica (leis com respeito à guerra, escravidão, compra e venda de propriedades, delimitação de terras, casamento, divórcio, etc.). Elas se aplicavam à situação de Israel naqueles tempos, e não se aplicam às situações de hoje, salvo algum princípio extraído delas (por exemplo, não maltratar o escravo seria hoje aplicado a tratar com respeito os empregados e subalternos).
3. Leis cerimoniais. Tinham a ver com o culto e sacrifícios de animais, aves, oferecimento de frutos e farinha aos sacerdotes, etc. Todo o sistema sacrifical israelita acabou se cumprindo em Jesus, e essas leis perderam sua validade.
4. Leis de saúde (como as de Levítico 11). Tais leis visavam a saúde e o bem-estar dos israelitas. Essas leis não foram abolidas, pois o que fazia mal ao organismo de um israelita, faz igualmente mal ao organismo de alguém que vive hoje. Exemplos: não comer gordura (colesterol), não comer sangue (doenças transmitidas pelo sangue, como hepatite, aids, não comer a carne de determinados animais, etc.).
O texto em questão (Levítico 19:27) se enquadra na lei moral. É sabido que os pagãos cortavam a barba e o cabelo e os ofereciam aos deuses. Também certos tipos de cortes de cabelo identificavam o adorador de determinado deus pagão. Levítico 19:27 tem a ver com a questão da idolatria (1º e 2º mandamentos). Se hoje, algum culto pagão tiver os mesmos costumes, essa proibição ainda vale.
(Ozeas Caldas Moura, teólogo)
Como se pode ver, a Bíblia contém diversos tipos de leis:
1. Lei Moral, ou Dez Mandamentos (Êxodo 20). Essas não podem ser abolidas, pois têm a ver com o nosso relacionamento com Deus e o próximo. Não matar, roubar, mentir, por exemplo, jamais poderão ser abolidos, pois se o fossem, haveria caos na sociedade.
2. Leis civis. Regiam a vida na sociedade hebraica (leis com respeito à guerra, escravidão, compra e venda de propriedades, delimitação de terras, casamento, divórcio, etc.). Elas se aplicavam à situação de Israel naqueles tempos, e não se aplicam às situações de hoje, salvo algum princípio extraído delas (por exemplo, não maltratar o escravo seria hoje aplicado a tratar com respeito os empregados e subalternos).
3. Leis cerimoniais. Tinham a ver com o culto e sacrifícios de animais, aves, oferecimento de frutos e farinha aos sacerdotes, etc. Todo o sistema sacrifical israelita acabou se cumprindo em Jesus, e essas leis perderam sua validade.
4. Leis de saúde (como as de Levítico 11). Tais leis visavam a saúde e o bem-estar dos israelitas. Essas leis não foram abolidas, pois o que fazia mal ao organismo de um israelita, faz igualmente mal ao organismo de alguém que vive hoje. Exemplos: não comer gordura (colesterol), não comer sangue (doenças transmitidas pelo sangue, como hepatite, aids, não comer a carne de determinados animais, etc.).
O texto em questão (Levítico 19:27) se enquadra na lei moral. É sabido que os pagãos cortavam a barba e o cabelo e os ofereciam aos deuses. Também certos tipos de cortes de cabelo identificavam o adorador de determinado deus pagão. Levítico 19:27 tem a ver com a questão da idolatria (1º e 2º mandamentos). Se hoje, algum culto pagão tiver os mesmos costumes, essa proibição ainda vale.
(Ozeas Caldas Moura, teólogo)
terça-feira, maio 27, 2008
Quando Satanás perdeu acesso ao Céu
Quando estávamos fazendo o ano bíblico (eu e os meus filhos), nos deparamos com os capítulos de Jó nos quais é mencionada a presença de Satanás diante de Deus juntamente com os filhos de Deus (capítulos 1 e 2). Como bem sabemos, Satanás e os anjos que o seguiram na rebelião contra Deus no Céu foram expulsos de lá (Ap 12:7-12). Ora, se foram expulsos, como foi que Satanás se apresentou diante de Deus? Ele atuava aqui na Terra e ao mesmo tempo tinha acesso ao Céu? - E.
O livro do Apocalipse fala da expulsão de Satanás do Céu em duas etapas: a primeira foi quando ele fez guerra contra Cristo (ver Ap 12:7-9). Foi uma expulsão parcial, pois, conforme o livro de Jó, ele ainda ia ao Céu acusar os justos, como fez com o patriarca Jó (ver Jó capítulos 1 e 2). A segunda etapa ocorreu quando ele matou Cristo na cruz, quando o sangue do Cordeiro foi derramado (Ap 12:11; ver também Jo 12:31-33). Essa foi sua expulsão definitiva. Depois da cruz, ele está restrito apenas à Terra (Ap 12:12). Anjos bons e seres não caídos de outros mundos podem se alegrar, pois não mais podem ser incomodados por Satanás.
Há um texto de Ellen G. White, que se refere ao Milênio, mas que lança luz sobre a obra de Satanás desde que foi expulso de sua habitação celestial:
"Restrito apenas à Terra, Satanás não terá o privilégio de percorrer outros planetas para tentar e molestar os que não caíram. Durante esse tempo, Satanás sofre extremamente. Desde a queda, suas más características têm estado em constante exercício. Mas deve ele então ser despojado de seu poder e deixado a refletir na parte que desempenhou desde sua queda, e aguardar com tremor e terror o terrível futuro, em que deverá sofrer por todo o mal que perpetrou, e ser castigado por todos os pecados que fez com que fossem cometidos.
"Ouvi aclamações de vitória dos anjos e dos santos remidos, ressoando como dez milhares de instrumentos musicais, porque não mais deveriam ser molestados e tentados por Satanás, e porque os habitantes de outros mundos estavam livres de sua presença e tentações"(História da Redenção, p. 416).
Isso indica que até a morte de Cristo (Jo 12:31-33 e Ap 12:11, 12) Satanás tinha acesso ao Céu e aos mundos não caídos.
(Ozeas Caldas Moura, teólogo)
O livro do Apocalipse fala da expulsão de Satanás do Céu em duas etapas: a primeira foi quando ele fez guerra contra Cristo (ver Ap 12:7-9). Foi uma expulsão parcial, pois, conforme o livro de Jó, ele ainda ia ao Céu acusar os justos, como fez com o patriarca Jó (ver Jó capítulos 1 e 2). A segunda etapa ocorreu quando ele matou Cristo na cruz, quando o sangue do Cordeiro foi derramado (Ap 12:11; ver também Jo 12:31-33). Essa foi sua expulsão definitiva. Depois da cruz, ele está restrito apenas à Terra (Ap 12:12). Anjos bons e seres não caídos de outros mundos podem se alegrar, pois não mais podem ser incomodados por Satanás.
Há um texto de Ellen G. White, que se refere ao Milênio, mas que lança luz sobre a obra de Satanás desde que foi expulso de sua habitação celestial:
"Restrito apenas à Terra, Satanás não terá o privilégio de percorrer outros planetas para tentar e molestar os que não caíram. Durante esse tempo, Satanás sofre extremamente. Desde a queda, suas más características têm estado em constante exercício. Mas deve ele então ser despojado de seu poder e deixado a refletir na parte que desempenhou desde sua queda, e aguardar com tremor e terror o terrível futuro, em que deverá sofrer por todo o mal que perpetrou, e ser castigado por todos os pecados que fez com que fossem cometidos.
"Ouvi aclamações de vitória dos anjos e dos santos remidos, ressoando como dez milhares de instrumentos musicais, porque não mais deveriam ser molestados e tentados por Satanás, e porque os habitantes de outros mundos estavam livres de sua presença e tentações"(História da Redenção, p. 416).
Isso indica que até a morte de Cristo (Jo 12:31-33 e Ap 12:11, 12) Satanás tinha acesso ao Céu e aos mundos não caídos.
(Ozeas Caldas Moura, teólogo)
O que aconteceu com a filha de Jefté
Em Juizes 11:31, 34 e 35, Jefté sacrificou realmente sua filha a Deus, como faziam as nações que existiam em redor do povo de Israel? Deus sempre proibiu esse tipo de pratica...
Não há como saber o que realmente aconteceu a ela: 1) Teria sido oferecida em sacrifício?; 2) Teria se dedicado tototalmente ao Senhor, e nunca teria se casado devido a um voto de celibato? Há defensores das duas hipóteses.
1. Os que defendem que ela foi oferecida em sacrifício alegam:
- que o voto de Jefté foi de sacrificar quem aparecesse em sua frente, ao voltar do combate contra os amonitas (Jz 11:30, 31);
- que ele fez exatamente isso com sua filha (Jz 11:39).
2. Os que defendem que ela não foi oferecida em holocausto, mas em sacrifício vivo ao Senhor, vivendo como celibatária, alegam:
- que Deus não aceitaria um sacrifício humano (ver Lv 20:1-5; 2Rs 21:6, etc.);
- que o voto de Jefté foi feito sob inspiração do Espírito Santo (ver Jz 11:29, 30), e o Espírito não o inspiraria a fazer um voto que tivesse a ver com sacrifício humano;
- que a filha de Jefté pediu para chorar, não a sua morte, mas a sua "virgindade" (11:37, 38), pois viveria como solteira o resto da vida (ver a expressão: "Assim, ela jamais foi possuída por varão", em 11:39).
Como se pode perceber, não há evidências conclusivas nem de um lado, nem do outro.
(Ozeas Caldas Moura, teólogo)
Não há como saber o que realmente aconteceu a ela: 1) Teria sido oferecida em sacrifício?; 2) Teria se dedicado tototalmente ao Senhor, e nunca teria se casado devido a um voto de celibato? Há defensores das duas hipóteses.
1. Os que defendem que ela foi oferecida em sacrifício alegam:
- que o voto de Jefté foi de sacrificar quem aparecesse em sua frente, ao voltar do combate contra os amonitas (Jz 11:30, 31);
- que ele fez exatamente isso com sua filha (Jz 11:39).
2. Os que defendem que ela não foi oferecida em holocausto, mas em sacrifício vivo ao Senhor, vivendo como celibatária, alegam:
- que Deus não aceitaria um sacrifício humano (ver Lv 20:1-5; 2Rs 21:6, etc.);
- que o voto de Jefté foi feito sob inspiração do Espírito Santo (ver Jz 11:29, 30), e o Espírito não o inspiraria a fazer um voto que tivesse a ver com sacrifício humano;
- que a filha de Jefté pediu para chorar, não a sua morte, mas a sua "virgindade" (11:37, 38), pois viveria como solteira o resto da vida (ver a expressão: "Assim, ela jamais foi possuída por varão", em 11:39).
Como se pode perceber, não há evidências conclusivas nem de um lado, nem do outro.
(Ozeas Caldas Moura, teólogo)
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
Apocalipse rebaixa Jesus?
Apocalipse 1:1 diz que Jesus recebeu a revelação de Deus. Isso não O rebaixa? - I.
Deve-se dizer, de início, que Jesus, mesmo Se encarnando, jamais perdeu algum atributo divino. Mesmo depois de Sua encarnação, Ele os manteve, como pode ser visto pelo texto paulino de Colossenses 2:9: "Porquanto, nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade." (E isso inclui a onisciência.)
Então, como entender que a "revelação" que João recebeu foi dada a Jesus pelo Pai? Deve ser vista no papel de cada membro da Trindade com respeito ao plano da salvação. Ou seja, como Jesus, mediante a encarnação, Se tornou o mediador entre Deus e os homens (ver 1Tm 2:5), Deus incumbe Jesus de transmitir certas informações que dizem respeito aos humanos, como é o caso do verso 1 de Apocalipse 1. Mas isso não significa que Jesus não pudesse sabê-las, pois se o texto de Colossenses 2:9 está certo, então Jesus sabe todas as coisas, pois é onisciente, e em plenitude.
É interessante ver como os membros da Trindade são altruístas, ou seja, sempre dividem com os outros membros alguma tarefa (mesmo que pudessem fazer as coisas sozinhos, cada um para o seu lado). Um exemplo claro é a Criação. Deus Pai poderia sozinho ter idealizado e criado o mundo, mas não o fez. Deixou que o Filho desse o comando, falasse para as coisas e seres aparecerem; e o Filho contou com a atuação do Espírito Santo para moldar a face do abismo (o "pairar sobre as águas" do Espírito, em Gn 1:2, indica a obra criadora do Espírito, e não meramente ficar olhando passivamente). Assim, alguém menos avisado poderia inferir do relato da Criação, em Gênesis 1, que o Pai não seria onipotente, pois foi o Filho quem comandou toda a obra de Criação, e que também o Filho teria alguma limitação, pois foi o Espírito quem moldou a face do abismo e também participou da Criação (ver Jó 33:4 e 6, onde é dito que quem moldou o boneco de barro e soprou em suas narinas o fôlego de vida foi o Espírito Santo).
O que acontece na Criação é uma bela cena de altruísmo: uma pessoa divina aceitando a participação de outra na tarefa de criar, e isso não significa que haja limitação de algum atributo divino nas pessoas da Trindade. O mesmo se dá com a revelação de Jesus a João: o Pai poderia dá-la diretamente a João, mas deixou o Filho fazer isso, pois Ele é o nosso Mediador, e pela encarnação, nosso irmão mais velho.
(Ozeas C. Moura, doutor em Teologia)
Deve-se dizer, de início, que Jesus, mesmo Se encarnando, jamais perdeu algum atributo divino. Mesmo depois de Sua encarnação, Ele os manteve, como pode ser visto pelo texto paulino de Colossenses 2:9: "Porquanto, nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade." (E isso inclui a onisciência.)
Então, como entender que a "revelação" que João recebeu foi dada a Jesus pelo Pai? Deve ser vista no papel de cada membro da Trindade com respeito ao plano da salvação. Ou seja, como Jesus, mediante a encarnação, Se tornou o mediador entre Deus e os homens (ver 1Tm 2:5), Deus incumbe Jesus de transmitir certas informações que dizem respeito aos humanos, como é o caso do verso 1 de Apocalipse 1. Mas isso não significa que Jesus não pudesse sabê-las, pois se o texto de Colossenses 2:9 está certo, então Jesus sabe todas as coisas, pois é onisciente, e em plenitude.
É interessante ver como os membros da Trindade são altruístas, ou seja, sempre dividem com os outros membros alguma tarefa (mesmo que pudessem fazer as coisas sozinhos, cada um para o seu lado). Um exemplo claro é a Criação. Deus Pai poderia sozinho ter idealizado e criado o mundo, mas não o fez. Deixou que o Filho desse o comando, falasse para as coisas e seres aparecerem; e o Filho contou com a atuação do Espírito Santo para moldar a face do abismo (o "pairar sobre as águas" do Espírito, em Gn 1:2, indica a obra criadora do Espírito, e não meramente ficar olhando passivamente). Assim, alguém menos avisado poderia inferir do relato da Criação, em Gênesis 1, que o Pai não seria onipotente, pois foi o Filho quem comandou toda a obra de Criação, e que também o Filho teria alguma limitação, pois foi o Espírito quem moldou a face do abismo e também participou da Criação (ver Jó 33:4 e 6, onde é dito que quem moldou o boneco de barro e soprou em suas narinas o fôlego de vida foi o Espírito Santo).
O que acontece na Criação é uma bela cena de altruísmo: uma pessoa divina aceitando a participação de outra na tarefa de criar, e isso não significa que haja limitação de algum atributo divino nas pessoas da Trindade. O mesmo se dá com a revelação de Jesus a João: o Pai poderia dá-la diretamente a João, mas deixou o Filho fazer isso, pois Ele é o nosso Mediador, e pela encarnação, nosso irmão mais velho.
(Ozeas C. Moura, doutor em Teologia)
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