sexta-feira, maio 12, 2006

Um Criador que interage com as criaturas

Embora eu creia em um Deus, discordo que a Bíblia seja a Palavra de Deus e que ela deva ser seguida como se contivesse toda a verdade. Nem ao menos estou certo de que Deus tenha um plano específico para Sua criação ou que Se comunique conosco. – D.

Pense por um momento: que sentido haveria em um Ser todo-poderoso criar seres inteligentes e deixá-los num canto obscuro do Universo, num dos braços em espiral de uma galáxia de tamanho médio, sem Se comunicar ou estabelecer interação com eles? Por que um Criador traria à existência seres pensantes para depois ignorá-los? E, se fomos realmente criados por um Ser inteligente, não devemos buscar conhecê-Lo e, no mínimo, ser-Lhe gratos por existirmos?

É aí que entram em cena a Bíblia e Jesus, as supremas revelações de Deus. Ambos revelam facetas importantes do Criador, o suficiente para termos um vislumbre dEle com nossa mente finita. A Bíblia, como tudo que tem a participação humana, também tem lá suas limitações. Uma delas é a natural limitação da linguagem humana. Como expressar nessa forma realidades praticamente insondáveis para o ser humano? Essa foi uma das dificuldades com que tiveram de lidar os profetas e demais escritores bíblicos. Imagine-se tendo que explicar física quântica para um garoto de 5 anos. Deus lidou com “problema” semelhante ao Se revelar ao ser humano. A Bíblia é, portanto, a Palavra de Deus em linguagem humana. Mas era necessário mais do que isso para que pudéssemos conhecer a Deus. Por isso, Ele Se tornou carne em Jesus, o Deus-Homem. Caminhou com o ser humano. Abraçou, curou e confortou seres humanos. E disse que “quem Me vê a Mim, vê ao Pai”, e “o Pai e Eu somos um”. Ou seja, se havia dúvidas quanto ao caráter do Criador e Suas motivações e intenções quanto ao ser humano, elas foram dissipadas por meio da vida de Jesus, o Emanuel, “Deus conosco”.

Considero lógico que o Criador, como bom Pai, quisesse Se comunicar com Seus seres criados inteligentes. E considero lógico que Ele Se utilizasse de um meio perene como um livro (aliás, milagrosamente preservado até hoje, a despeito de tantas perseguições) e Se fizesse um de nós para Se relacionar mais intimamente conosco e afirmar Seu interesse por nós (isso sem mencionar que essa atitude também cumpria um importante requisito do plano da redenção). O próprio Jesus disse que as Escrituras constituem a Palavra de Deus. E se Ele disse, eu acredito. E prefiro acreditar nEle, com todas as credenciais que Ele tem, do que na palavra de homens falhos, seguidores de meras filosofias humanas.

(Michelson Borges, jornalista e mestre em Teologia)

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