sexta-feira, maio 12, 2006

Um Deus que condena?

Que sentido haveria em criar para condenar? Que sentido haveria em deixar-Se morrer para salvar o que vai ser condenado por Ele próprio? Que sentido há em Se fazer carne se Ele podia vir e dizer “sou Deus, e para provar vou apagar o Sol dois dias”, e toda a humanidade vê-Lo ao mesmo tempo, já que Ele é onipresente? Para que Deus estabeleceu uma lei? Nada disso tem o menor sentido. – G.

A Bíblia diz, em Romanos, que “o salário do pecado é a morte”. Se pensarmos bem, é a própria lei da causa e efeito. Por exemplo: destruir o “templo do Espírito Santo”, que é o nosso corpo, é pecado. E leva à morte. Você é livre para, por exemplo, fumar. Mas as probabilidades indicam que você terá câncer de pulmão, edema pulmonar, ou algo parecido. É a lei da causa e efeito. Viver em desobediência aos mandamentos de Deus, cedo ou tarde acarreta a morte. Comparo a lei de Deus ao manual de um automóvel. Se seu carro é movido a álcool (e não tem motor flex), você tem toda a liberdade de colocar gasolina nele. Mas terá que arcar com as conseqüências disso. Deus deixou instruções que nos podem livrar de sérios problemas e nos garantir uma vida de paz e felicidade (tanto quanto isso é possível neste mundo de pecado). A lei, na verdade, é um “muro de proteção” para o ser humano. Os quatro primeiros mandamentos dizem respeito à nossa relação com Deus. Os outros seis regem as relações humanas.

Agora note: o salário do pecado é a morte. I João diz que “pecado é transgressão da lei”. Logo, transgredir a lei, cedo ou tarde, leva à morte.

Em última instância, não é Deus quem mata. A Lei de Deus é a base de Seu governo cósmico, e deve reger os seres morais por Ele criados; assim como as leis da Física (as que conhecemos e as que ignoramos) regem o mundo físico. Tomemos a lei da gravidade como exemplo. Você a conhece. Sabe o que ocorre se desobedecê-la, e mesmo assim se atira de um prédio de 20 andares. De quem será a culpa por essa desobediência à lei? Entendo que Deus jamais destruiria ou permitiria que alguém fosse destruído sem ter pleno conhecimento de que está indo contra as leis da vida. Assim, a morte na verdade ocorre pela não-aceitação das regras da vida. E como foi Deus quem criou essas regras (para o nosso bem), acaba sendo responsabilizado injustamente pela “colheita” de algo que as pessoas semeiam.

(Michelson Borges, jornalista e mestre em Teologia)

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...