terça-feira, dezembro 13, 2005

O perigo das generalizações

Como posso aceitar o cristianismo, já que ele foi responsável por tantas mortes, guerras e perseguições? – J.

Generalizações sempre foram um problema e sempre serão. Quando se estuda a história do Cristianismo se percebe que ele, com o tempo, acabou se tornando uma religião assustadora e opressiva, agora já com o nome de Catolicismo. Muitos abraçaram a fé cristã (católica) ou por medo do fogo do “inferno” (doutrina antibíblica) ou para salvar a própria pele e se livrar dos tribunais do Santo Ofício, que condenavam os que discordassem das doutrinas católicas. Por isso não podemos culpar certas pessoas que, como o escritor de ficção científica Arthur Clarke, dizem coisas do tipo: “Basta olhar tudo o que foi feito em seu [do cristianismo] nome nos últimos milênios para perceber que o cristianismo poderia ter sido a melhor das religiões, mas nunca foi praticado direito.” – Folha de S. Paulo, 22 de agosto de 1997.

Concordo com Clarke. Se o cristianismo, conforme legado por Jesus, tivesse sido “praticado direito”, mesmo os que discordam dele – do cristianismo – teriam uma visão bastante diferente a seu respeito.

O cristianismo deve ser julgado pelo que ensina, pela sua mensagem originalmente registrada nas páginas da Bíblia, e não pelas aplicações falhas que fizeram dele através da História. Assim como acho injusto, por exemplo, julgar o comunismo pela sua aplicação na ex-União Soviética.

(Michelson Borges, jornalista e mestre em Teologia)

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